Segue o mistério sobre mensagem de ex-diretor das Americanas sobre “morte súbita”
Ex-diretor financeiro das Americanas, José Thimótheo Barros, se manteve calado durante CPI das Americanas após habeas-corpus do STF
atualizado
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O ex-diretor financeiro das Americanas José Thimótheo Barros se manteve calado na sessão da CPI das Americanas, nesta terça-feira (8/8), quando indagado sobre a mensagem enviada em 2017 a colegas alegando “morte súbita” ao indicar o índice de endividamento da companhia.
Questionado pelo deputado Tarcísio Motta, do PSol do Rio de Janeiro, o que ele queria dizer com o termo “morte súbita”, Barros utilizou do direito de silêncio concedido pelo Supremo Tribunal Federal.
A CPI das Americanas recebeu uma troca de mensagens entre o ex-diretor financeiro da empresa e seus colegas que indica que o intuito de esconder as operações de risco sacado no balanço seria omitir o real endividamento da empresa.
“Não podemos mostrar para o conselho e para o mercado nada acima de 3,3% a 3,5% [de alavancagem]. Será morte súbita”, escreveu Barros em 2017.
O risco sacado é uma operação que, após o faturamento dos produtos com prazo de vencimento mais extenso, o fornecedor recebe o pagamento através de uma instituição financeira. O varejista, então, não tem mais dívida com esse fornecedor e sim com a instituição que fez o adiantamento ao fornecedor. A operação é o cerne da fraude das Americanas.
Posteriormente, o ex-diretor financeiro disse, em e-mail para o ex-diretor Fabio da Silva Abrate, que era preciso retirar as informações de risco sacado das cartas de circularização das instituições financeiras. “Boa tarde! Fabio, como estamos com os bancos para retirar das cartas a info das operações com fornecedores? Vida/Morte para nós.”