Mais poluição: seca recorde disparou uso de termelétricas
Uso da energia termélétrica, mais cara e produzida à base de derivados do petróleo, subiu 54% durante seca recorde no país
atualizado
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A seca recorde neste ano no Brasil, que derrubou 32% do volume de energia gerada por usinas hidrelétricas, aumentou em 54% o uso da energia termelétrica, mais cara e produzida à base de derivados do petróleo. Os dados são do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Os números apontam que, a despeito do investimento do governo na última década, a geração de energia solar e eólica não é capaz de substituir outras fontes de energia em momentos de crise. Uma das explicações é a inconstância dessas fontes, que dependem diretamente da incidência da radiação solar e de ventos, fatores com alta margem de variação.
Abril e setembro deste ano foram os meses de menor e maior seca no país, respectivamente, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Em setembro, 93% do Brasil enfrentava seca em alguma medida, sendo 38% em “seca grave”, segundo a ANA.
Nessa comparação entre os dois meses, 54% da energia que deixou de ser gerada por hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas foi compensada pelas termelétricas, mais estáveis e que podem ser ligadas rapidamente. Criticada por ambientalistas, essa geração energética é feita por meio da queima de combustíveis fósseis, a exemplo do óleo diesel.
A energia eólica compensou 29% do vácuo das hidrelétricas, ao passo que a energia solar preencheu 16% da energia extra no período.
Em setembro, mês de maior seca, 48% de toda a energia produzida no Brasil foi gerada por hidrelétricas e pequenas centrais hidrelétricas. Em abril, mês de menor seca, a proporção foi de 67%.