O empresário Saul Klein manifestou a pessoas de seu círculo mais próximo que deseja vender a Ferroviária, o clube de futebol de Araraquara (SP) que ele comprou em 2019. Pessoas influentes no mercado da bola têm comentado que receberam contatos de enviados de Klein para tratar do assunto.

Klein anunciou em dezembro de 2020 que se afastaria temporariamente do Comitê Gestor de Futebol da Ferroviária para responder às acusações de estupro e aliciamento feitas por 14 mulheres. Ele segue como o acionista majoritário do clube por meio do grupo MS Sports.

A avaliação feita por Klein é que não há mais condições de permanecer à frente do projeto após a repercussão que as acusações tiveram na imprensa. Hoje, a Ferroviária é uma sociedade anônima de capital fechado, mas os advogados do clube estudam a viabilidade de transformá-la em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o modelo de gestão criado com a aprovação da Lei do Clube-Empresa. A SAF seria uma alternativa caso a venda fosse concretizada.

Um ponto a ser considerado numa eventual venda da Ferroviária é o papel que a prefeitura de Araraquara teria nas negociações. O estádio Fonte Luminosa e o centro de treinamento do Pinheirinho pertencem ao município, embora já exista uma tentativa de vender o CT.

Questionado sobre uma possível venda, o presidente da Ferroviária, Carlos Alberto Salmazo, respondeu que trata-se de uma especulação e que existem informações de sociedades anônimas que são sigilosas por lei. Entretanto, pessoas que não têm relação entre si confirmaram à coluna que foram procuradas por emissários de Klein para tratar especificamente do assunto.

Salmazo acrescentou que a Ferroviária está em um bom momento esportivo, com a melhor campanha entre os 64 times da Série D do Brasileiro, e que começará a disputar o acesso para a Série C neste fim de semana, contra o Atlético-CE, em jogo válido pelas quartas de final. “É importante o sucesso desse projeto esportivo”, disse ele.

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