Saúde ignorou acordo com CGU em compra da Covaxin
Órgão de controle não pôde apontar riscos prévios
atualizado
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O Ministério da Saúde ignorou um acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU) e não enviou o processo de compra da vacina Covaxin ao órgão de controle para análise prévia. Assim, a CGU não pôde apontar riscos ainda no início do contrato, que entrou no alvo da CPI da Covid e foi cancelado.
A informação consta de uma nota técnica publicada pela CGU nesta segunda-feira (9/8). “Os processos de contratação e importação da Covaxin, por oportunidade e conveniência daquela pasta, não foram encaminhados previamente à CGU, motivo pelo qual não foi realizada análise prévia dos eventuais riscos que pudessem ter o condão de impactar os objetivos de aquisição”, escreveram os auditores. O documento acrescentou que há um “fluxo” entre os dois ministérios para análise prévia de contratos durante pandemia.
Esse relatório havia sido anunciado no último dia 29 pelo ministro da CGU, Wagner Rosário, quando declarou no Planalto que a auditoria não havia detectado sobrepreço no contrato com a Covaxin.
Mesmo cancelado, o contrato ainda pode trazer mais consequências ao governo. A Polícia Federal investiga se Jair Bolsonaro prevaricou no caso, ao não tomar providências quando foi alertado de supostas irregularidades pelos irmãos Miranda.