A Sociedade Rural Brasileira (SRB), entidade da qual o novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, foi conselheiro nos últimos 20 anos, manifestou “total apoio” a Ricardo Salles logo após vir a público sua declaração de “passar a boiada” no ministério durante a pandemia, em maio de 2020.

“As ações do Ministério do Meio Ambiente, na defesa da legislação e dos interesses ambientais com sensibilidade ao desenvolvimento do país de forma sustentável e legítima, contam com nosso total apoio”, disse o texto subscrito pela SRB e outras 70 entidades ruralistas em 26 de maio do ano passado, intitulado “No meio ambiente, a burocracia também devasta”.

Poucos dias antes, por ordem de Celso de Mello, veio a público a reunião ministerial de 22 de abril no Palácio do Planalto. Nesse encontro, Salles defendeu que o governo Bolsonaro aproveitasse o foco da imprensa na cobertura da pandemia para “passar a boiada” e simplificar normas “de baciada”.

Depois da declaração, Salles sustentou que ele se referira apenas a desburocratizar regras do ministério, “tudo dentro da lei”. A nota da SRB usa esse mesmo argumento, criticando uma suposta “agenda burocrática que utiliza a bandeira ambiental como instrumento para o travamento ideológico e irrazoável de atividades econômicas”.