RS: em aula, deputado espalha fake news desmentida por Anvisa; vídeo
Deputado bolsonarista Paulo Bilynskyj usou aula de cursinho para espalhar fake news já desmentida pela Anvisa; médico citado foi suspenso
atualizado
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O deputado Paulo Bilynskyj, do PL de São Paulo, usou uma aula de cursinho para espalhar fake news sobre o Rio Grande do Sul já desmentidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na quinta-feira (9/5), o bolsonarista alegou que a agência estava impedindo a distribuição de medicamentos ao estado em meio ao desastre climático, o que é falso.
“Eu fiz uma ponte ontem entre o doutor Victor Sorrentino e a Anvisa. Ele fez uma live dizendo que os remédios não estavam chegando ao Rio Grande do Sul por causa de uma burocracia da Anvisa. Fui atrás da Anvisa, falei com a diretora, que depois me disse que estava resolvido”, disse na aula do Estratégia Concursos, acrescentando: “Você vê o povo falando a verdade, falando que o governo está atrapalhando”.
Bilynskyj citou o médico Victor Sorrentino, que foi desmentido pela Anvisa na véspera da aula do deputado. “A Anvisa esclarece que não efetuou qualquer restrição ao transporte de medicamentos destinados ao Rio Grande do Sul. É falso o vídeo que está circulando nas redes sociais”, afirmou a agência.
A aula foi publicada no YouTube do Estratégia Concursos, seguido por 2,6 milhões na plataforma. Em quase todo o tempo do vídeo, o bolsonarista criticou o governo federal pelo socorro ao Rio Grande do Sul. “Gente morrendo por falta de medicação e a medicação não está sendo liberada. Como assim a medicação não está sendo liberada?”, disse o parlamentar. Assista ao vídeo abaixo:
A fonte citada por Bilynskyj, o médico Victor Sorrentino, ficou o mês passado todo suspenso da função médica pelo Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul. Entre as irregularidades, Sorrentino compartilhou informações falsas sobre a medicina. Em 2021, Sorrentino foi detido no Egito, acusado de assédio sexual.
Procurados, o deputado Paulo Bilynksyj e a Estratégia Concursos não responderam. O espaço segue aberto a eventuais manifestações.