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Rivotril, Nutella, motociata: o cartão corporativo de Bolsonaro

Notas referentes aos R$ 27 milhões gastos pela Presidência no governo Bolsonaro mostram uso indiscriminado do cartão corporativo

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Bolsonaro O ex-presidente Bolsonaro do lado de fora de casa em que passa as férias com a família em Orlando, EUA. Ele fala com apoiadores - Metrópoles
1 de 1 Bolsonaro O ex-presidente Bolsonaro do lado de fora de casa em que passa as férias com a família em Orlando, EUA. Ele fala com apoiadores - Metrópoles - Foto: Material Exclusivo/Metrópoles

Os R$ 27 milhões gastos diretamente pela Presidência da República no governo Bolsonaro, ao longo dos últimos quatro anos, foram usados para pagar todo o tipo de despesa da família presidencial. Compras de supermercado, produtos de higiene, remédios, lanches para cabos eleitorais em motociatas, restaurantes, hotéis e tudo mais.

A organização Fiquem Sabendo, especializada em acesso à informação pública, escaneou milhares de notas fiscais dos gastos, depositadas em um prédio do governo federal em Brasília, e publica o conteúdo, a partir desta segunda-feira, para consulta — confira as notas aqui.

As notas fiscais mostram que, nas motociatas de Bolsonaro, por exemplo, eram comprados milhares de lanches em supermercados locais, o que indica que os participantes ganhavam ao menos essa recompensa para desfilar ao lado de Bolsonaro. Nas viagens pelo país, eram comuns os gastos dos cartões de Bolsonaro com dezenas ou centenas de refeições.

Despesas com medicamentos também eram custeadas com dinheiro público. Uma nota fiscal da Drogaria do Povo, na Asa Norte, em Brasília, mostra a compra do antidepressivo Lexapro e o antiansiolítico Rivotril, usado para tratar transtornos do pânico e transtornos de ansiedade, entre outros.

Todos os alimentos consumidos nos palácios presidenciais também eram custeados pelo governo. Notas mostram compra de dezenas de quilos de filé mignon em uma só nota, e uma variedade ampla de outros itens, de Nutella a frutas nobres.

A coluna mostrou que muitos desses gastos precisam ser esclarecidos. Em 2019, por exemplo, a Presidência da República gastou R$ 30 mil em hospedagens no Hotel Matsubara, em São Paulo (SP), em datas em que o então presidente da República não estava na cidade.

 

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metropoles.comGuilherme Amado

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