metropoles.com

Revisão de acordo da J&F desfalca fundos de pensão em R$ 3,5 bilhões

Petros e Funcef podem perder R$ 1,75 bilhão cada um; trabalhadores aposentados da Caixa questionam

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
AYRTON VIGNOLA/ESTAD√O CONTE⁄DO
joesley batista jbs
1 de 1 joesley batista jbs - Foto: AYRTON VIGNOLA/ESTAD√O CONTE⁄DO

A revisão do acordo de leniência da J&F proposta por um procurador do Ministério Público Federal (MPF) desfalca em R$ 3,5 bilhões os fundos de pensão dos trabalhadores da Petrobras e da Caixa.

O rombo nos fundos de pensão, apurado pela Operação Greenfield, foi um dos motivos pelos quais a J&F fechou um acordo de leniência. A Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros) e a Fundação dos Economiários Federais (Funcef) devem receber, nos termos de hoje, R$ 1,75 bilhão cada.

Como mostrou o repórter Rafael Moraes Moura, há divergências no MPF em relação ao desconto de R$ 6,8 bilhões no acordo que propôs o procurador relator do caso, Ronaldo Albo. Segundo os termos propostos por Albo, a compensação aos fundos seria eliminada completamente.

O procurador Carlos Henrique Martins Lima, responsável pelo processo da J&F, pediu a anulação da revisão e apontou que os fundos de pensão participaram da negociação do acordo e não podem ser excluídos.

O MPF calculou em R$ 5,5 bilhões o prejuízo causado pela J&F aos fundos de pensão na denúncia da Greenfield, valor questionado pela empresa.

“O valor repactuado somente seria direcionado à União, ocasionando inquestionável e severo prejuízo aos demais beneficiários do acordo”, como a Petros e a Funcef, escreveu Martins Lima.

Nesta semana, a aposentada da Caixa Giocoeli Reis, que representa trabalhadores participantes dos fundos de pensão, cobrou o engajamento da Funcef para tentar barrar na Justiça os novos termos do acordo.

“Hora de representações realmente sérias compreenderem o impacto dessa condução esdrúxula na vida de centenas de milhares de trabalhadores”, escreveu Reis.

A Funcef disse à coluna que “está acompanhando o andamento do processo em questão e que tomará todas as medidas cabíveis para proteger os interesses de seus participantes, dentro dos ritos legais”.

“A Fundação defende a lisura e a legalidade do acerto, pelo qual deve receber R$ 1,75 bilhão em 25 anos. O pagamento foi iniciado e lançado contabilmente nos planos da Funcef em 2017”, disse a fundação.

“A Fundação espera contar com o reconhecimento da legalidade do acordo pactuado, posto que voltar atrás significa retrocesso em desfavor das partes, no caso da Funcef, dos mais de 140 mil participantes e assistidos.”

Procurada, a Petros diz que tem tomado as “medidas cabíveis” para garantir que o acordo não seja revisto. “A Petros ainda não recebeu do MPF qualquer notificação em relação a essa decisão administrativa envolvendo a revisão dos termos do acordo firmado em junho de 2017 entre MPF e J&F”, afirmou.

“Como beneficiária do acordo, a Petros vem adotando todas as medidas cabíveis para garantir os direitos da Fundação, desde que houve o primeiro pedido de revisão apresentado pela J&F.”

A J&F foi procurada, mas não respondeu ao contato da coluna.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comGuilherme Amado

Você quer ficar por dentro da coluna Guilherme Amado e receber notificações em tempo real?