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Reverendo pressionou deputado por carta para negociar vacinas

“Ele se achava mais importante do que era”, diz Pinato

atualizado

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Reverendo Amilton de Paula
1 de 1 Reverendo Amilton de Paula - Foto: Reprodução

O reverendo Amilton Gomes, alvo da CPI acusado de intermediar negociações paralelas de vacinas entre Davati e o Ministério da Saúde, pressionou um deputado para obter uma carta de recomendação que o credenciasse como negociador de imunizantes. Os pedidos foram feitos com insistência, disse o deputado Fausto Pinato, do PP de São Paulo, presidente da Frente Parlamentar Mista Internacional Humanitária pela Paz Mundial (FremhPaz).

“O reverendo veio atrás de mim, procurou o meu gabinete várias vezes, pedindo uma carta de recomendação em nome da frente. O documento diria que a frente apoiava a participação dele na compra de vacinas. Ele também procurou outros deputados”, afirmou Pinato.

Segundo o parlamentar, os pedidos aconteceram no início do ano e foram recusados: “Eu falei que só daria a carta depois de toda a frente parlamentar autorizar. Como vou fazer isso? Ele se achava mais importante do que era”, seguiu Pinato.

Em julho, os repórteres Alice Maciel e Bruno Fonseca mostraram que o reverendo obteve uma carta de apoio do deputado Roberto Lucena, do Podemos de São Paulo. Lucena é um dos integrantes da FremhPaz. O documento elogiava o desempenho do reverendo na “interlocução entre laboratórios e governo”.

A frente parlamentar tem 216 congressistas: 197 deputados e 19 senadores. O grupo é bem diverso. Conta com nomes que vão da bancada evangélica a petistas, passando por líderes do Centrão como Ricardo Barros, também alvo dos senadores, e Ciro Nogueira.

Uma cerimônia em outubro de 2019 mostra como a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), entidade comandada pelo reverendo, aproximava-se de políticos. A organização comemorou a inauguração em Brasília de uma Embaixada Mundial Humanitária pela Paz entre Brasil e Israel. Uma placa comemorativa cita os nomes do reverendo e Jair Bolsonaro.

Entre os presentes a esse evento estava a advogada Maria Helena Prill. Como a coluna mostrou, Prill foi a anfitriã do almoço de 12 de março deste ano na capital federal entre três alvos da CPI: o cabo Luiz Dominguetti, representante da Davati que denunciou propina por vacinas, o reverendo Amilton Gomes e o tenente-coronel Helcio Almeida. O encontro aconteceu logo após uma reunião do grupo no Ministério da Saúde que tratou de interesses da Davati.

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metropoles.comGuilherme Amado

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