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Reunião do conselho do Sebrae foi mais um erro de cálculo do governo

Sem os votos para derrubar a direção do Sebrae, o Planalto teve de articular para adiar a reunião que o próprio governo convocou

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Foto de uma placa do prédio do Sebrae
1 de 1 Foto de uma placa do prédio do Sebrae - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O adiamento da reunião para destituir a direção do Sebrae foi mais uma derrapada da articulação política do governo. Sem os votos necessários para derrubar a direção nomeada por Bolsonaro, os interlocutores de Lula tiveram de manobrar para adiar a reunião convocada por eles próprios.

A derrubada do atual presidente, Carlos Melles, e dos outros diretores é capitaneada pelo presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto. Um dos amigos mais próximos a Lula, Okamotto presidiu o Sebrae nos dois mandatos anteriores do petista, entre 2005 e 2010.

Okamotto havia conseguido oito votos para convocar a reunião do conselho, mas não obteve o apoio de outras três entidades para destituir a direção do Sebrae – ele precisava de 11 votos das 15 entidades que integram o conselho.

O impasse explicita a dificuldade de interlocução do governo com setores da sociedade. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) se opõem à iniciativa do governo.

O presidente da CACB, Alfredo Cotait Neto, é vice-presidente do PSD, partido chefiado por Gilberto Kassab e que, teoricamente, integra a base de Lula no Congresso. O PSD ganhou três ministérios no governo: Agricultura, Minas e Energia e Pesca.

O presidente do conselho do Sebrae, José Zeferino Pedrozo, é vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), outra entidade que tem restrições ao governo Lula e que rejeita a destituição da diretoria do Sebrae.

Já o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) sequer apareceu na reunião. Como o governo não indicou um novo presidente para a entidade, o general Waldemar Barroso Magno Neto permanece no comando da Finep. Magno Neto é um bolsonarista ferrenho.

Não há previsão para o conselho retomar a discussão do assunto.

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metropoles.comGuilherme Amado

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