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Responsável na Interpol por extradição de Allan dos Santos é exonerada

A delegada Dominique de Castro Oliveira processou o pedido de extradição de Allan dos Santos na Interpol

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Allan dos Santos veste traje social e sorri
1 de 1 Allan dos Santos veste traje social e sorri - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A delegada da Interpol Dominique de Castro Oliveira foi exonerada nesta quarta-feira da organização internacional de combate ao crime. Ela foi a responsável pelo processamento do pedido de difusão vermelha do ativista bolsonarista Allan dos Santos na Interpol. Delegada de carreira da Polícia Federal, estava há 16 meses na polícia internacional e teve uma atuação de destaque no período.

Em sua carta de despedida, Oliveira disse que fez “algum comentário que contrariou” a direção da PF. “Qual foi, quando, para quem, em que contexto e ambiente, não sei. A chefia também disse que não sabe, cumpriu uma ordem que recebeu”, acrescentou.

O destino da delegada é incerto. O mais provável é que ela vá para a Superintendência Regional da PF no DF. O governo Bolsonaro costuma perseguir quem o desagrada e a PF tem sido um alvo especial do bolsonarismo. Desde o início do seu mandato, 18 outros delegados da PF foram afastados da sua função. A cúpula da PF nega que haja perseguição.

O último caso antes do de Dominique de Oliveira foi o da chefe da Diretoria de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça (DRCI), a delegada Silvia Amelia, que assinou o pedido de extradição de Allan dos Santos.

“Naturalmente, o sentimento que me invade neste momento não é o melhor. Além da incredulidade, há a forte sensação de revolta e de estar sendo injustiçada, inclusive por não ter nenhuma função de confiança na INTERPOL, nem mesmo a substituição da chefia”, continuou.

Entre os casos em que ela atuou enquanto estava na Interpol está o que investiga a máfia calabresa, a ‘Ndrangheta. Ela é especializada no combate à máfia. Antes de ir para a Interpol, ela era a chefe da Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro. Ela deixou o posto para fazer um mestrado em Roma focado em legislação anti-máfia.

Na conclusão da carta, ela relembra sua atuação na PF antes de chegar a Interpol e conclui que seu trabalho são “coisas que só podem ser valorizadas e respeitadas por quem sabe discernir e já fez o que é certo”.

A coluna procurou a PF para saber da razão da saída da delegada. O espaço está aberto a manifestações.

(Atualização às 18h45 do dia 1º de dezembro de 2021 – A direção-geral da Polícia Federal emitiu nota dizendo que a delegada Dominique de Oliveira não ocupava função de confiança na Interpol e, portanto, não foi demitida nem exonerada do cargo. A PF afirma que fez um “simples remanejamento da delegada para recompor o carente quadro de delegados da Superintendência do Distrito Federal”. Segundo a PF, a decisão “não tem qualquer relação com o processo do Allan dos Santos, uma vez que cabe à Interpol Brasil o cumprimento da ordem judicial de encaminhamento para o Escritório Central em Lyon, solicitando a inclusão na Difusão Vermelha, o que foi cumprido pelo Delegado Rodrigo Carnevale, chefe da Interpol Brasil”.)

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