Relatora cobra que Alesp suspenda bolsonarista que xingou papa
“Imunidade parlamentar não é um vale-tudo”, disse Marina Helou; Frederico D’Ávila articula em campanha do ministro Tarcísio Freitas
atualizado
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A deputada estadual Marina Helou, da Rede de São Paulo, cobrou nessa terça-feira (22/2) que o plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprove seu parecer e suspenda por três meses o mandato do bolsonarista Frederico D’Ávila, do PSL, por ter xingado o papa Francisco. D’Ávila é um articulador político da pré-campanha do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, ao governo paulista.
“A imunidade parlamentar não é um vale-tudo. Se a Alesp deixa que falem isso na tribuna, especialmente em uma época de discursos de ódio, dá respaldo para esse tipo de manifestação. É uma oportunidade de delimitar o que é aceitável ou não numa democracia”, disse Helou, relatora do caso, em conversa com a coluna.
Na segunda-feira (21/2), o Conselho de Ética da Alesp aprovou o parecer de Helou, que prevê a suspensão de mandato por três meses, e encaminhou a palavra final ao plenário. Em outubro do ano passado, D’Ávila xingou o papa Francisco e a Igreja Católica brasileira de “safados”, “vagabundos” e “pedófilos”.
A deputada afirmou que D’Ávila praticou discursos de ódio e intolerância religiosa, e que cabe aos colegas mostrarem publicamente que a política deve ser respeitosa. “Precisamos mostrar à sociedade que a política é um espaço de respeito e valor. Confio que a Alesp vai dar uma resposta à altura.”
Neste mês, D’Ávila também foi criticado por ter saído em defesa de Adrilles Jorge, comentarista demitido da Jovem Pan News por ter feito um gesto que remete a uma saudação nazista.