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Relação de Davi e Bolsonaro estremece e crise chega a Sarney

Presidente queria que ex-presidente do Senado integrasse CPI da Covid

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Marcos Correa/PR
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1 de 1 Jair-Bolsonaro-e-Davi-Alcolumbre-by-marcos-correa-pr-655×437-1-655×430 - Foto: Marcos Correa/PR

Jair Bolsonaro se queixou a José Sarney de Davi Alcolumbre, no café da manhã em que esteve com o ex-presidente, no começo do mês.

Bolsonaro reclamou de ter dado tudo que Alcolumbre sempre quis — apoio eleitoral ao seu irmão, derrotado em Macapá, e muitas, muitas, muitas emendas — e agora se sentir abandonado pelo ex-presidente do Senado na CPI da Pandemia.

A irritação com Alcolumbre começou ainda em abril. Bolsonaro pediu que Alcolumbre se movimentasse para presidir a CPI ou para ao menos integrá-la.

Considerava que ele seria um aliado mais eficaz do que Marcos Rogério e Eduardo Girão, por exemplo.

Só que o senador cruzou os braços, porque também tem seus queixumes contra Bolsonaro.

Alcolumbre não perdoa Bolsonaro por ter perdido o poder de influência sobre a destinação das emendas.

Hoje, esse poder pertence bem mais a Rodrigo Pacheco, do DEM de Minas Gerais, aos líderes do governo no Senado, e ao relator do Orçamento de 2021, senador Márcio Bittar, do MDB do Acre, que controla as chamadas emendas de relator.

Essas emendas, que explodiram em volume no governo Bolsonaro e estão no centro das irregularidades encontradas pelo repórter Breno Pires no escândalo conhecido como “tratoraço”, sempre existiram e são definidas na hora de fechar o Orçamento, quando muitas vezes é necessária uma correção técnica da destinação de recursos para áreas que precisam ser melhor contempladas.

O governo Bolsonaro usou a subjetividade por trás desse tipo de emenda para comprar apoio de políticos do centrão, dando muito dinheiro para os aliados. E Alcolumbre era uma peça-chave nessa engrenagem.

O curioso na relação

Já as emendas do relator (também conhecidas no jargão burocrático pelo código RP9) são feitas pelo deputado ou senador que, num determinado ano, foi escolhido para produzir o parecer final sobre o Orçamento.

Só que a irritação de Bolsonaro só tem feito aumentar. Ele considera que Alcolumbre poderia, mesmo fora da CPI, ajudar o governo.

Mas o ex-presidente do Senado quer distância do fogo de Brasília. Mergulhou no Amapá e só quer saber de CPI se for pela televisão.

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metropoles.comGuilherme Amado

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