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Redes fazem Malafaia recuar de usar doações ao pagar trio de Bolsonaro

Silas Malafaia assegurou que a Associação Vitória em Cristo, mantida com doações de fiéis, não custeará a manifestação a favor de Bolsonaro

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Silas malafaia - Redes fazem Malafaia recuar de usar dízimo ao pagar trio de Bolsonaro
1 de 1 Silas malafaia - Redes fazem Malafaia recuar de usar dízimo ao pagar trio de Bolsonaro - Foto: Matheus Veloso/Metrópoles

Os aliados de Jair Bolsonaro estão mais suscetíveis às críticas e pressões vindas das redes sociais por opositores do ex-presidente. O pastor Silas Malafaia explicou à coluna, nesta sexta-feira (16/2), por que desistiu de usar dinheiro da Associação Vitória em Cristo, mantida com doações e ofertas de fiéis, para custear a manifestação a favor de Bolsonaro, no próximo dia 25, na Avenida Paulista. O motivo: o assunto não havia pegado bem na internet.

“A questão não é legal, é moral”, disse Malafaia. “Eu tenho uma turma que monitora as redes sociais, porque eu não tenho tempo de ficar olhando. Eles me falaram que estava correndo a informação de que eu iria tirar dinheiro da igreja para bancar o Bolsonaro. É maldade. Antes que usem isso com força, decidi que vou pagar do meu próprio bolso. E até agora nada foi pago.”

Malafaia havia admitido o recuo em conversa com o colunista Igor Gadelha, na quinta-feira (15/2). Ele afirmou que negociará o aluguel do trio elétrico na tarde desta sexta. O proprietário do veículo pediu R$ 55 mil pelo trio no dia da manifestação, mas o pastor quer pechinchar o valor. Malafaia também precisará arcar com o aluguel de grades e com a compra de água para os bolsonaristas que comparecerem ao ato.

Informações divulgadas pela Receita Federal no ano passado mostram que a Associação Vitória em Cristo é isenta de pagar o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) por ser uma entidade de assistência social. A associação tem natureza jurídica de organização religiosa e, segundo Malafaia, poderia organizar atos públicos com base em seu estatuto.

A associação afirma, em seu site oficial, que as contribuições recebidas de fiéis são usadas “para manter o programa Vitória em Cristo, realizar as cruzadas evangelísticas e apoiar projetos sociais”. As doações, ainda segundo o site da entidade, “são destinadas a instituições sociais que assistem mais de 4 mil pessoas por dia”.

“Eu não tenho controle da informação total. Eu tenho renda, do meu Imposto de Renda, e tenho recursos. Vou pagar e acabar com essa conversa. O povo se confunde. Nem sonhando que poderia fazer isso com o dinheiro da igreja, que é a Assembleia de Deus Vitória em Cristo. A associação é uma entidade que pode fazer manifestação pública. Mas o império da maldade é tão grande que depois vem o Ministério Público querer saber. Vou pagar com meu dinheiro e emitirei nota no meu nome”, afirmou Malafaia.

Em maio de 2019, a Associação Vitória em Cristo foi condenada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) a pagar uma multa de R$ 25,4 milhões referente a tributos de 2010, ano em que teve a isenção suspensa. Na decisão, os conselheiros citam que a imunidade tributária foi retirada naquele período porque a entidade infringiu as regras que impedem as instituições de remunerar dirigentes e que exigem a aplicação integral dos recursos na manutenção de objetivos sociais.

Um recurso contra a decisão foi rejeitado em junho de 2022, mas Malafaia disse que contesta o caso em outras instâncias do Judiciário.

“A associação tem um avião, que não é meu, e os dois pilotos são obrigados anualmente a fazer reciclagem nos EUA. Você é obrigado a pagar todas as despesas para eles lá fora, são 20 dias de cursos com simulador. Eu também paguei um curso superior para uma funcionária que trabalha na administração [da associação], para ela se especializar. Tudo isso está nesse pacote. O império da molecagem é muita sacanagem”, declarou o pastor.

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metropoles.comGuilherme Amado

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