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Recorte por regiões em pesquisas pode trazer número longe do real

Cruzamento de dados de pesquisa nacional tem margem de erro maior e não é totalmente representativo como uma pesquisa regional

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Lula e Bolsonaro em preto e branco (2)
1 de 1 Lula e Bolsonaro em preto e branco (2) - Foto: Arte Metrópoles

O recorte por regiões do país em pesquisas de intenção de votos nacionais pode trazer números distantes do real. Além de ter uma margem de erro maior, esse cruzamento de dados não é completamente representativo como uma pesquisa feita especificamente em uma região.

O alerta foi feito pelo cientista político Andrei Roman, CEO da AtlasIntel, em relação ao Centro-Oeste. Nesta quinta-feira (27/10), o instituto divulgou uma pesquisa nacional, que apontou Lula com 52,4% das intenções de voto, ante 46% de Jair Bolsonaro, que tende a ir melhor nessa região.

No cruzamento de dados da pesquisa nacional para o Centro-Oeste, Lula tem 49,9%, enquanto Bolsonaro tem 49%. Roman apontou que a margem de erro para a região seria de cerca de cinco pontos, cinco vezes mais do que a margem da pesquisa geral.

“O cruzamento de dados não é adequado para fazer inferências sobre a situação em uma região. Em uma pesquisa nacional, qualquer coisa que não seja o eleitorado nacional é um microdado que não necessariamente é representativo. Faz sentido olhar, ver alguns padrões, mas não dá para esperar que reflitam 100% da realidade”, afirmou Roman, acrescentando:

“O objetivo da pesquisa nacional não é entender um estado ou região. O recorte não garante representatividade. O Centro-Oeste, por exemplo, representa apenas 8% da amostra total do Brasil”.

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Quando não se entende como os estudos são feitos, é comum achar que institutos podem estar tentando manipular resultados. Afinal, por qual motivo as pesquisas eleitorais são tão diferentes e erram tanto, não é mesmo? A resposta é simples: dependendo do local, da escolha de abordagem e até do momento em que as pesquisas são feitas, os resultados podem divergir
As pesquisas eleitorais são um retrato do momento que os dados foram coletados. Elas não funcionam em tempo real. Por exemplo, se a intenção de voto para um candidato A é alta, mas no dia seguinte as coisas mudam pois ele se envolveu em polêmicas, a pesquisa estará desatualizada e não corresponderá mais à intenção do público
A metodologia utilizada também pode ser uma variante. As perguntas feitas pelas empresas e até mesmo a abordagem utilizada influenciam na resposta do público
Por exemplo, levemos em consideração que a empresa B escolheu realizar a pesquisa eleitoral entregando uma lista com nome dos candidatos para que a pessoa possa circular. A empresa C optou por abordar verbalmente pessoas na rua para descobrir a intenção de voto delas. A chance da empresa A conseguir mais participantes na pesquisa é superior às chances da empresa C, e isso já influencia no resultado de uma para a outra
Além disso, apresentar estímulos que podem afetar a resposta do eleitor, fazer a entrevista pessoalmente, por e-mail ou por telefone e até a ordem das palavras pode desestimular ou estimular a participação. Levando em consideração que várias empresas realizam enquetes, obviamente os resultados serão conflitantes
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Em época de eleição, as pesquisas eleitorais são, quase sempre, termômetros importantes para acompanhar o cenário político. No entanto, não é raro observar resultados divergentes entre pesquisas que foram realizadas durante o mesmo período. Isso, na verdade, não aponta erro, mas explica como certas metodologias adotadas por empresas podem influenciar resultados

SDI Productions/ Getty Images
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Quando não se entende como os estudos são feitos, é comum achar que institutos podem estar tentando manipular resultados. Afinal, por qual motivo as pesquisas eleitorais são tão diferentes e erram tanto, não é mesmo? A resposta é simples: dependendo do local, da escolha de abordagem e até do momento em que as pesquisas são feitas, os resultados podem divergir

AnthiaCumming/ Getty Images
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As pesquisas eleitorais são um retrato do momento que os dados foram coletados. Elas não funcionam em tempo real. Por exemplo, se a intenção de voto para um candidato A é alta, mas no dia seguinte as coisas mudam pois ele se envolveu em polêmicas, a pesquisa estará desatualizada e não corresponderá mais à intenção do público

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A metodologia utilizada também pode ser uma variante. As perguntas feitas pelas empresas e até mesmo a abordagem utilizada influenciam na resposta do público

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Por exemplo, levemos em consideração que a empresa B escolheu realizar a pesquisa eleitoral entregando uma lista com nome dos candidatos para que a pessoa possa circular. A empresa C optou por abordar verbalmente pessoas na rua para descobrir a intenção de voto delas. A chance da empresa A conseguir mais participantes na pesquisa é superior às chances da empresa C, e isso já influencia no resultado de uma para a outra

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Além disso, apresentar estímulos que podem afetar a resposta do eleitor, fazer a entrevista pessoalmente, por e-mail ou por telefone e até a ordem das palavras pode desestimular ou estimular a participação. Levando em consideração que várias empresas realizam enquetes, obviamente os resultados serão conflitantes

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O local onde as pesquisas são feitas também pode fazer diferença. Geralmente, áreas onde a renda dos habitantes é baixa, determinados partidos tendem a ganhar, assim como locais onde a renda dos habitantes é mais alta, a preferência por outro determinado partido é nítida. Se um instituto conseguir entrevistar mais pessoas em um local e não no outro, o resultado também será influenciado

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Ou seja, em termos práticos, as empresas, muitas vezes, não estão erradas. As diferenças metodológicas das pesquisas é que definem o resultado

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Apesar de o que possa parecer, as diferenças entre as pesquisas não são mal vistas. Elas, na verdade, ajudam os institutos a compararem os resultados e melhorarem a abordagem para obter resultados mais exatos no futuro

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