Reconciliação de Lula e Marina é importante, diz vice-presidente do PT
José Guimarães afirmou em entrevista à coluna que recomposição do PT com Marina é importante para o país
atualizado
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Integrante do núcleo duro da campanha de Lula para as eleições de outubro, o vice-presidente nacional do PT, deputado José Guimarães (CE), afirmou que a recomposição do partido com a ex-senadora e ex-petista Marina Silva (Rede) é importante para o país.
Segundo Guimarães, em entrevista à coluna, de Fortaleza, onde se recupera da Covid-19, Lula quer conversar e se reaproximar de Marina Silva. A senadora, entretanto, ainda se ressente das eleições de 2014, quando enfrentou a ex-presidente Dilma Rousseff na corrida ao Planalto e foi alvo de uma série de ataques, na televisão, no programa eleitoral de Dilma, e nas redes sociais. O deputado disse ainda não haver reflexão no PT sobre pedir ou não disposição para um pedido formal de desculpas à ex-senadora.
Guimarães confirmou também que o partido tenta conseguir o apoio do PSD, legenda presidida por Gilberto Kassab, mas admitiu que as negociações ainda estão muito embrionárias. O deputado explicou que o PT quer firmar uma aliança com o PSD em Minas Gerais, o que dará à legenda o palanque do prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, caso ele concorra a governador.
“Se a gente conseguir materializar um apoio político em Minas Gerais em torno do programa que o Lula quer apresentar para o país, eu penso que é possível uma aliança no primeiro turno, mas claro, esperando as conversas com o ex-governador Geraldo Alckmin”, disse o vice-presidente nacional do PT em entrevista à coluna, que pode ser encontrada completa ao final desta reportagem.
Sobre a federação com o PSB, Guimarães disse que ele e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, vêm conversando com o partido e que existem “boas chances” da aliança sair.
O deputado disse também que o PT está disposto a ceder nas negociações com o PSB e rebateu as críticas que o partido historicamente recebe de buscar a hegemonia.
“Essa história de que o PT é hegemonista é coisa do passado. O líder da Oposição e o líder da Minoria na Câmara são deputados do PSB. O PT vai construir um programa e um bloco de forças para ganhar e governar o Brasil e compreende que é importante ceder nessa composição de forças”, afirmou Guimarães.
Sobre Geraldo Alckmin, o deputado disse ser simpático à ideia de o ex-tucano ser candidato a vice de Lula. Segundo ele, a discussão da aliança passa pelas conversas com o PSD.
Na avaliação de Guimarães, um eventual retorno do PT ao governo não será com ódio. Alguns setores da sociedade, como o Ministério Público Federal, por exemplo, têm medo de que, caso o PT ganhe, volte ao poder com um sentimento de revanchismo após a Lava Jato. Guimarães demonstrou que há uma mágoa no partido, que se considera injustiçado, mas defendeu que o foco do PT é ganhar as eleições: “Não tem espaço para revanchismo e ódio”.
Assista à íntegra da entrevista abaixo.