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Ramagem silencia sobre alegado “crime” para gravar reunião no Planalto

Ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem alegou ter gravado reunião no Planalto para evitar crime, mas não respondeu a questionamentos

atualizado

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BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto
Alexandre Ramagem
1 de 1 Alexandre Ramagem - Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

O deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alvo da Polícia Federal (PF), silenciou ao ser questionado sobre sua versão de que gravou escondido uma reunião no Planalto em 2020 para evitar um crime contra Jair Bolsonaro. A reunião tratou de estratégias do governo para anular a investigação das rachadinhas contra Flávio Bolsonaro e incluiu Jair Bolsonaro, o ex-ministro do GSI Augusto Heleno e duas então advogadas de Flávio.

O encontro ocorreu em 25 de agosto de 2020 e foi registrado em um áudio de pouco mais de uma hora, gravado por Ramagem, possivelmente de seu bolso. Apreendido pela PF em um aparelho do ex-chefe da Abin, o conteúdo da gravação foi divulgado na última segunda-feira (15/7) pelo STF. A reunião foi revelada pela coluna em outubro de 2020.

A coluna perguntou a Ramagem que outras providências o então chefe da Abin tomou ao receber o alerta de um possível crime no gabinete presidencial; se Ramagem notificou a PF, a Procuradoria-Geral da República, o Gabinete de Segurança Institucional e a própria Abin sobre o episódio; se Ramagem teve receio de uma nova proposta ilegal depois da reunião; e no que consistiria o alegado crime. Ramagem não respondeu. O espaço segue aberto a eventuais manifestações.

Depois que o áudio veio a público, Ramagem divulgou um vídeo alegando que gravou a reunião com autorização de Bolsonaro. O deputado citou uma “preocupação” de que Bolsonaro poderia receber uma “proposta nada republicana” no encontro. “A gravação tinha o objetivo de registrar um possível crime contra o presidente”, disse.

Alexandre Ramagem é investigado pela PF no inquérito da Abin paralela. Segundo as investigações, a Abin monitorou ilegalmente autoridades, servidores públicos e jornalistas que o governo Bolsonaro considerava como opositores.

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metropoles.comGuilherme Amado

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