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Racha entre CUT e UGT causa nova briga em reunião sobre aplicativos

Representante do Sindimoto, ligado à UGT, colocou o dedo no rosto da vice-presidente da CUT nacional durante reunião organizada pelo Dieese

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Gilberto Almeida dos Santos, presidente do Sindimoto, discute com Clemente Ganz Lúcio, assessor técnico das centrais sindicais, durante reunião no Dieese
1 de 1 Gilberto Almeida dos Santos, presidente do Sindimoto, discute com Clemente Ganz Lúcio, assessor técnico das centrais sindicais, durante reunião no Dieese - Foto: Reprodução

Uma nova discussão marcou a última reunião entre as centrais sindicais que debatem a regulamentação do trabalho prestado por meio de aplicativos. A briga expôs o racha entre a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) na condução do assunto.

Tanto a CUT quanto a UGT disputam espaço na comissão tripartite idealizada pelo Ministério do Trabalho. Caberá ao grupo de trabalho desenhar o projeto de lei que será apresentado a Lula no segundo semestre.

Na terça-feira (11/4), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) organizou uma reunião semipresencial, com diversas entidades ligadas aos trabalhadores de aplicativos, para apresentar o documento que compilava as propostas de regulamentação recebidas até aqui.

O Sindimoto, que representa majoritariamente os motoboys e motofretistas e que tem ligação com a UGT, também participou do encontro na sede do Dieese. A confusão começou após o presidente do sindicato, Gilberto Almeida dos Santos, mais conhecido como Gil, dizer que o texto só contemplava propostas da CUT e da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (Anea).

Ao exigir maior participação na formulação do projeto, Gil mandou “a CUT e todas as centrais sindicais tomarem no cu”. Ele também afirmou que “a CUT está de sacanagem” e que “o Dieese está deixando a desejar”.

Um vídeo da reunião mostra que Gil jogou folhas de papel no diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, e discutiu, aos gritos, com o dedo apontado para o rosto de Clemente Ganz Lúcio, assessor técnico das centrais sindicais e ex-diretor do Dieese. O Ministério do Trabalho delegou a Clemente a tarefa de escolher as lideranças dos trabalhadores que estarão na comissão tripartite.

Gil, em seguida, bateu boca com a vice-presidente nacional da CUT, Juvandia Moreira, e também apontou o dedo para o rosto da dirigente sindical. A reunião terminou sem que os participantes pudessem revisar o documento elaborado pelo Dieese.

Dezesseis entidades divulgaram uma carta repudiando as atitudes de Gil. As associações, ligadas à CUT, dizem que eram representadas por Juvandia na reunião e que não toleram “a falta de respeito e o machismo”. As entidades também exigiram a revisão do documento do Dieese e afirmam que as propostas voltadas para os entregadores de bicicleta foram retiradas do texto apresentado na terça-feira.

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