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“Químico do PCC” preso em SP tem mais um pretendente à sua extradição

Turco Eray Uç, “químico do PCC” suspeito de ligações com o Hezbollah, é alvo de pedido de extradição do Paraguai no STF

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O turco Eray Uç, cuja extradição o STF começou a analisar
1 de 1 O turco Eray Uç, cuja extradição o STF começou a analisar - Foto: Reprodução

A coluna noticiou em abril que o ministro do STF Luiz Fux analisava um pedido do Paraguai pela extradição do turco Eray Uç, de 36 anos, preso no litoral de São Paulo em junho de 2023 e apontado como “químico do PCC”.

Pois no último 17 de julho a Interpol na Turquia, país de origem de Uç, também manifestou seu interesse na extradição dele. Em uma manifestação enviada à Polícia Federal, o escritório da corporação em Ancara, capital turca, pediu prioridade para recebê-lo.

Para vencer a “concorrência” paraguaia, que chegou antes, a comunicação argumentou que Eray Uç é cidadão turco e, além de tráfico, também é procurado em seu país por falsificação de documentos oficiais. A Interpol na Turquia alegou ainda que Uç já tem sentenças da Justiça turca a cumprir, enquanto, no Paraguai, é buscado para responder a acusações por tráfico.

O e-mail lembrou também um histórico de cooperações entre Turquia e Brasil na entrega de criminosos condenados. “Por isso, por favor, priorizem nosso pedido de extradição dentro do princípio da reciprocidade”, disse a Interpol.

Apesar da comunicação direta com a PF, a Coordenação-Geral de Extradição e Transferência de Pessoas Condenadas do Ministério da Justiça informou ao STF que o Itamaraty consultou o governo da Turquia sobre o interesse na extradição de Eray Uç, mas ainda não teve resposta pela via diplomática.

Os pedidos de extradição que tramitam no Supremo são apresentados por governos contra cidadãos procurados em suas jurisdições.

“Químico do PCC” e vínculo com Hezbollah

Eray Uç foi preso em junho de 2023 pela polícia em Praia Grande, litoral paulista, com oito quilos de maconha e oito quilos de dry marroquino, forma potencializada do haxixe cujo grama pode custar até R$ 60. Por isso, ele acabou condenado na Justiça de São Paulo a 6 anos e 6 meses de prisão por tráfico de drogas.

Conforme a Interpol, Eray circulava no Brasil com uma identidade falsa em nome de seu irmão, Garip Uç. Tanto que é o nome de Garip, e não o de Eray, que consta na sentença da Justiça de São Paulo. O turco está preso atualmente na penitenciária de Itaí (SP).

A sentença da 1ª Vara Criminal de Praia Grande cita informações da polícia segundo as quais o turco é um “químico do PCC”, responsável pela produção do dry marroquino. Em depoimento no processo, um dos policiais que o prenderam relatou que Eray Uç admitiu que “aplicava conhecimento que obteve na Turquia para fazer a droga”.

Eray é procurado no Paraguai para responder pela apreensão de 51 rolos com cocaína no Aeroporto Guarani, em Ciudad del Este, em dezembro de 2017. O carregamento tinha como destino Istambul, na Turquia.

O turco preso no Brasil foi citado em uma audiência da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, em 17 abril de 2018, como membro da quadrilha de traficantes liderada por Ali Issa Chamas, cujas atividades foram apontadas como relacionadas ao Hezbollah.

Segundo o relatório da audiência do Subcomitê de Contraterrorismo e Inteligência, vinculado ao Comitê de Segurança Interna da Câmara, Chamas fornecia “apoio material à organização terrorista” por meio do pagamento de taxas para entrada de cocaína no Líbano. Ele foi extraditado aos EUA em junho de 2017.

 

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