Quem é Capixaba, traficante de armas citado por devolver metralhadoras
Jesser Marques Felix, o Capixaba, foi citado no depoimento do inspetor Christiano Fernandes, revelado pela coluna nesta segunda-feira
atualizado
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Citado no depoimento do inspetor Christiano Gaspar Fernandes como parte das negociações com o Exército e a Polícia Civil do Rio de Janeiro pela devolução das 21 metralhadoras roubadas da base do Exército em Barueri (SP), como revelou a coluna nesta segunda-feira (11/12), Jesser Marques Felix é apontado por investigadores como fornecedor de armas e drogas de organizações criminosas cariocas.
Conhecido como Capixaba no submundo do crime, Jesser é natural do Espírito Santo, mas teria São Paulo como base, além de endereços no Rio de Janeiro, a exemplo de uma distribuidora de bebidas no Centro da capital fluminense.
Conforme publicou o Metrópoles em novembro, as investigações do caso do armamento de guerra roubado do Exército apontam que teria sido Capixaba o responsável por levar as metralhadoras de São Paulo para o Rio.
Um homem ligado ao traficante de armas teria sido morto por criminosos durante a caçada ao armamento do Exército.
As apurações apontavam que ele e um comparsa estiveram em comunidades cariocas tentando vender o armamento. Líderes das facções, no entanto, não teriam comprado as armas por estarem faltando peças nelas.
Como revelou a coluna nesta segunda, o inspetor Christiano Gaspar Fernandes, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, depôs como testemunha da apreensão das armas e contou que as tratativas ocorreram com um “colaborador” do Comando Vermelho, que não foi identificado no depoimento, e Capixaba.
O inspetor disse que, alinhado com o Exército, usou uma tática de contrainformação e forneceu ao “colaborador” do Comando Vermelho informações sobre uma operação que aconteceria na Cidade de Deus, favela na zona oeste do Rio, onde estavam as armas. Em troca, as metralhadoras seriam devolvidas.
Fernandes contou que o Exército e a Polícia Civil chegaram a Capixaba, que passou a colaborar com a devolução das armas em tratativas com os militares e agentes.
Em 1º/11, duas metralhadoras .50 do Exército foram encontradas no porta malas de um carro que seria usado pelo traficante de armas. O veículo estava estacionado, aparentemente abandonado, na Avenida Lúcio Costa, na Praia da Reserva, Zona Oeste carioca. Os investigadores teriam chegado ao carro após monitorar e seguir o condutor – o que, de acordo com o relato de Fernandes, não procede. Ninguém foi preso na ocasião.
Após a publicação da reportagem da coluna que revelou o conteúdo do depoimento do inspetor Fernandes, a Polícia Civil do Rio de Janeiro enviou nota em que dá nova versão sobre o episódio.
“A Polícia Civil informa que não procede a informação de que houve negociação com traficante para devolução das armas furtadas do Exército. O trabalho de investigação, inteligência e monitoramento apontou onde estava o armamento. Desta forma, foi possível contato com um informante – que não é integrante de organização criminosa – que auxiliou na recuperação, de forma a evitar qualquer efeito nocivo à sociedade. Tal fato foi omitido do documento justamente para preservar a vida do mesmo. Vale ressaltar que a Polícia Civil já identificou o responsável pela venda do armamento à facção criminosa e segue com diligências para localizar e capturar o indivíduo. As investigações continuam.”, disse a nota da polícia.