Quando Flávio Dino e G. Dias serão ouvidos pela CPMI do 8 de Janeiro
Base governista concorda com a ida de Flávio Dino e de G. Dias à CPMI do 8 de Janeiro, mas estipulou condições para ouvi-los
atualizado
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O ministro da Justiça, Flávio Dino, e o ex-ministro do GSI Gonçalves Dias (G. Dias) serão ouvidos na CPMI do 8 de Janeiro, mas os convites não serão aprovados até a base governista colher os depoimentos de todos os bolsonaristas envolvidos na trama do golpe.
Os parlamentares querem construir uma narrativa cronológica para mostrar à opinião pública que o 8 de Janeiro foi o desfecho de um plano maior. Por isso, o ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques prestará o primeiro depoimento na comissão, a fim de explicar os bloqueios em estradas após a derrota de Jair Bolsonaro na eleição. Em seguida, o terrorista George Washington falará sobre a tentativa de explodir um carro-bomba em Brasília.
Trata-se de uma estratégia para invalidar a tese da oposição de que os ataques foram protagonizados por infiltrados de esquerda e de que o Planalto se omitiu diante da investida golpista.
A avaliação é de que a ordem dos depoimentos influenciará na construção da narrativa e no teor das audiências subsequentes. A base do governo considera inadmissível ouvir Dino e G. Dias antes do ex-ministro bolsonarista Anderson Torres e do tenente-coronel Mauro Cid, por exemplo.
Por serem maioria na comissão, os governistas têm o poder de decidir quando os requerimentos serão aprovados. Na última sessão, os parlamentares rejeitaram os pedidos da oposição para ouvir Dino e G. Dias, o que indignou o presidente da CPMI, Arthur Maia. Ele assegurou que pautará “quantas vezes for necessário” os requerimentos que miram autoridades ligadas ao Planalto.