PT pensa em como evitar novo Feliciano na Comissão de Direitos Humanos
Em 2013, o deputado Marco Feliciano foi eleito para presidir a Comissão de Direitos Humanos e abriu caminho para o surgimento de Bolsonaro
atualizado
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As escolhas do PT para presidir comissões na Câmara e no Senado serão feitas no sentido de conferir governabilidade a Lula, mas o partido segue preocupado com o fator Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos.
Os petistas querem traçar uma estratégia para evitar que comissões sensíveis, como a de Direitos Humanos e a de Meio Ambiente, fiquem com os bolsonaristas do núcleo mais ideológico.
O PT, no entanto, precisará da colaboração — e da boa vontade — dos aliados. Tais comissões são consideradas menores e sem grandes atrativos para siglas que não militam no campo progressista.
O PSD, por exemplo, teria de ser convencido a nomear Eliziane Gama na Comissão de Direitos Humanos do Senado. Na Câmara, as duas primeiras pedidas do PT serão as comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e a de Fiscalização Financeira e Controle.
Em março de 2013, também em nome da governabilidade de Dilma Rousseff, o PT abriu mão dos Direitos Humanos para ficar com Seguridade Social e Família, com Relações Exteriores e Comércio e com a CCJ. O PCdoB também ignorou os Direitos Humanos e assumiu a presidência da comissão de Cultura.
O PSC aproveitou a falta de interesse da esquerda e indicou o Pastor Marco Feliciano, à época no primeiro mandato, para presidir os Direitos Humanos. A manobra teve as digitais de Eduardo Cunha e transformou a comissão em um foco de desgaste para o governo Dilma.
Feliciano usou o palanque para fazer barulho e emplacar pautas contrárias às minorias no debate público. Foi durante aquele período que Bolsonaro surfou no campo dos costumes para chamar a atenção da comunidade evangélica e aparecer nos noticiários pela primeira vez em mais de 20 anos de mandato.
O PT só conseguiu tirar os Direitos Humanos das mãos de Feliciano e Bolsonaro em fevereiro de 2014.