PSDB esperava que ao menos 17 deputados rejeitassem o voto impresso
Somente 12 tucanos foram contrários à implementação da PEC defendida pelo presidente Jair Bolsonaro
atualizado
Compartilhar notícia
Os deputados do PSDB que mapearam o comportamento da bancada antes da sessão que rejeitou o voto impresso acreditavam que o partido daria ao menos 17 votos contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
O PSDB havia orientado os deputados a votarem contra o projeto, mas terminou a sessão com 14 votos pelo ‘sim’. Doze parlamentares foram contrários à PEC e cinco não votaram. O partido ainda registrou a abstenção de Aécio Neves, que contestou o resultado das urnas ao perder a eleição de 2014.
Os ausentes foram Adolfo Viana, da Bahia, Danilo Forte, do Ceará, Paulo Abi-Ackel, de Minas Gerais, Celso Sabino, do Pará, e Bruna Furlan, de São Paulo.
Quem participou da reunião com a Executiva do PSDB afirma que os deputados relatavam sofrer uma “pressão brutal” para endossar o voto impresso. O temor entre esses parlamentares era de que contrariar uma pauta tão cara à base bolsonarista custaria o apoio de eleitores identificados com a direita e que poderiam votar em candidatos do partido.
Entre os veteranos do PSDB, o sentimento que ficou foi de frustração e preocupação com a imagem do partido. Os tucanos de alta plumagem sabem que a adesão ao bolsonarismo é forte nas fileiras do PSDB e não escondem o temor de que a sigla fique descaracterizada ideologicamente após a eleição de 2022. O ex-chanceler Aloysio Nunes escreveu no Twitter que “o partido da social-democracia se igualou a tantos partidecos que pululam no Congresso”.
Também na rede social, o presidenciável Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, disse que a derrota do voto impresso foi benéfica para a democracia. “Agora que tal tratar de vacina, inflação, desemprego e Amazônia?”, afirmou. João Doria, outro presidenciável tucano, havia criticado a PEC antes da sessão na Câmara, mas não se manifestou após o resultado.