Promotores do MP mineiro pedem investigação do procurador-geral
Grupo no MP-MG, entre eles Antônio Sérgio Tonet, ex-procurador-geral de Justiça, pede investigação do atual chefe à corregedoria
atualizado
Compartilhar notícia
Um grupo de promotores pediu a investigação de Jarbas Soares Júnior, procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, cargo de chefia do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), à corregedoria interna do órgão.
O jornalista Allan de Abreu revelou, na semana passada, que o empresário Lucas Prado Kallas deu uma carona em seu jatinho para Jarbas Soares Júnior e sua esposa de Miami até Belo Horizonte (MG) no ano passado.
Kallas, segundo a reportagem, responde a cinco ações penais, acusado de fraude em licitações, corrupção ativa e tráfico de influência.
O grupo, que inclui Antônio Sérgio Tonet, ex-procurador-geral de Justiça, afirma no pedido à corregedoria que a situação “não se adequa aos princípios éticos e morais e nem mesmo às disposições legais e regulamentares”, porque configura vantagem econômica para o chefe da instituição.
O pedido aponta ainda que o Grupo Cedro, liderado por Kallas, firmou acordo com o MP por desmatamento ilegal em área de mineração, assim como a Extrativa Mineral S.A, também do conglomerado de Kallas, fez pelo dano ambiental de um empreendimento.
A última empresa, inclusive, é dona do jatinho que deu carona ao promotor.
“É imperioso esclarecer os detalhes da referida viagem internacional, a carona no avião de propriedade do empresário Lucas Kallas, a licitude do recebimento desse benefício pelo Procurador-Geral de Justiça, além da natureza dos acordos firmados com o Grupo Cedro, os atuais envolvidos e os órgãos de execução responsáveis pela condução dos ajustes”, escrevem os promotores.
Os integrantes do MP pedem que seja instaurado um procedimento administrativo, investigando a viagem e a circunstâncias em que os acordos com as empresas ligadas a Kalla foram firmados.
Assinam o pedido Edson Ribeiro Baeta, Antônio Sérgio Tonet, Antonio de Padova Marchi Junior, Heleno Rosa Portes, João Medeiros Silva Neto, Carlos Henrique Torres de Souza, Gilvan Alves Franco e Katia Suzane Lima Mendes Araújo.
O Ministério Público de Minas Gerais foi procurado, mas não respondeu. O espaço está aberto para manifestações.