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Programa de Lula não falará em aborto ou regulação da mídia, diz Tatto

Secretário de Comunicação do PT afirma que plano de governo focará em problemas que afetam “a vida do povo” e cita combate à miséria

atualizado

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O programa de governo de Lula passará longe de alguns temas, como a legalização do aborto e a regulação da mídia, de acordo com o secretário nacional de Comunicação do PT, Jilmar Tatto. A preocupação sobre a abordagem a essas pautas polêmicas foi externada ao partido recentemente pela cúpula do PSB, que indicou Geraldo Alckmin para ser vice na chapa.

Em discurso de pré-campanha em abril, Lula defendeu o aborto e, por mais de uma ocasião, citou a regulação da mídia como necessária. Apesar de ter recuado em ambos os casos após defender as bandeiras, os movimentos foram vistos com preocupação por aliados do PT, que, por pragmatismo, pleiteiam postura mais de centro do ex-presidente, capaz de atrair o voto do eleitorado conservador.

Para Tatto, o Partido dos Trabalhadores partilha do mesmo pensamento de dirigentes do PSB:

“Também achamos que (legalização do) aborto e regulação da mídia não são temas prioritários. Com certeza não estarão no programa de governo. Os temas são outros: combate à miséria, à desigualdade social. O foco é a vida do povo. E Lula está em primeiro lugar nas pesquisas justamente porque fala da vida do povo”.

Petistas e aliados de Lula ouvidos pela coluna também esperam que a legalização do aborto não receba destaque durante a campanha. São eles o senador Rogério Carvalho e o deputado estadual do Rio de Janeiro André Ceciliano, candidato ao Senado, do PT; e as deputadas federais Jandira Feghali e Perpétua Almeida, do PCdoB. A rejeição a mudanças na legislação do aborto não se deve ao mérito do tema, mas ao pragmatismo visto por eles como necessário para vencer.

Para Carvalho, porém, a regulação da mídia é um assunto que deve ser debatido.

“O nome ‘regulação’ remete a algo ruim. Defendo, sim, que seja criado um mecanismo para que as gigantes internacionais do segmento de comunicação não engulam outras empresas”, disse Carvalho.

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