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Professor com projeto pago pela Braskem deu declarações favoráveis à empresa

Braskem e UFAL não informam valor do contrato; mineradora é alvo da Justiça e de CPI no Senado por afundamentos em Maceió

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Bairros do Mutange, Pinheiro e comunidade Flexais, afetados pela mineração da Braskem, em Maceió, que causou afundamento de solo e realocação de milhares de famílias - Metrópoles
1 de 1 Bairros do Mutange, Pinheiro e comunidade Flexais, afetados pela mineração da Braskem, em Maceió, que causou afundamento de solo e realocação de milhares de famílias - Metrópoles - Foto: Orlando Costa/Especial Mestrópoles

A Braskem financia um projeto da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) cujo coordenador deu uma declaração pública favorável à mineradora na última segunda-feira (11/12). O projeto monitora a lagoa Mundaú, em Maceió, onde parte da mina 18 da Braskem se rompeu no último domingo (10/12).

Depois do rompimento na lagoa, pescadores relataram o surgimento de uma mancha branca, além da alta mortalidade de animais na água. No dia seguinte ao episódio, o professor Emerson Carlos Soares e Silva afirmou ao Uol que a mancha não foi vazada pela mina 18 da Braskem, e descartou ligação do rompimento com a morte dos animais. O financiamento da Braskem à universidade não foi informado na reportagem.

O contrato para monitorar a lagoa Mundaú foi firmado entre a Braskem e a UFAL em janeiro deste ano. A empresa e a universidade se recusaram a informar o custo da parceria. Silva é um dos coordenadores do projeto, por meio do Laboratório de Aquicultura e Ecologia Aquática.

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Na sexta (1º/12), água começou a invadir solo
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Braskem minerou sal-gema na área urbana e minas cederam
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As atividades de mineração da Braskem em Maceió provocaram os primeiros tremores de terra ainda em 2018. Atualmente, 20% do território da cidade é afetado por afundamentos e rachaduras. Pelo menos 60 mil pessoas viviam nas áreas colapsadas. No mês passado, o governo federal reconheceu o estado de emergência em Maceió, em meio ao risco de colapso da mina 18.

Na última quarta-feira (13/12), o Senado instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, para apurar os afundamentos de solo na capital alagoana. No mesmo dia, o Ministério Público Federal pediu que a Justiça bloqueasse R$ 1 bilhão da mineradora para o pagamento das indenizações aos donos de imóveis que foram afetados pelo afundamento no solo.

Procurada, a Braskem confirmou o contrato com a UFAL, mas não deu detalhes. A mineradora disse que mantém “parcerias com diversas instituições públicas e privadas independentes” para atender aos compromissos firmados com as autoridades.

A UFAL afirmou que os dados apresentados pelo projeto não “sofrem qualquer influência” da Braskem. “Os dados apresentam rigor científico, são de interesse público e auditáveis”, completou. O professor Emerson Carlos Soares e Silva não respondeu. O espaço está aberto a eventuais manifestações.

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metropoles.comGuilherme Amado

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