metropoles.com

Produtora do Fifa é processada no Brasil por jogadores estrangeiros

Produtora do game Fifa, Electronic Arts, é processada desde o ano passado por jogadores estrangeiros

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/EA Sports
Fifa-Copa do Mundo-Game
1 de 1 Fifa-Copa do Mundo-Game - Foto: Divulgação/EA Sports

Jogadores de futebol argentinos e uruguaios que nunca defenderam times brasileiros buscaram o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) para cobrar direitos de imagem da empresa americana Electronic Arts, produtora do game Fifa — hoje chamado de EA Sports FC.

A coluna encontrou 24 ações com essas características no TJSP. A maioria dos processos foi movida por jogadores pouco expressivos no futebol brasileiro, mas há exceções. Entre elas estão o ex-meia Jonas Gutiérrez, que jogou a Copa do Mundo de 2010 pela seleção da Argentina, e o ex-zagueiro Leandro Desábato, preso em 2005, no Morumbi, após proferir xingamentos racistas contra o ex-atacante Grafite, durante um jogo entre o time argentino Quilmes e o São Paulo.

Os jogadores são todos representados por uma dupla de advogados: Marcel Gomes Bragança Retto e Joaquín Gabriel Mina. O escritório de Retto não respondeu ao pedido de entrevista da coluna, mas Mina explicou o que fundamentou as ações judiciais.

Mina afirmou que, assim como ocorreu com jogadores brasileiros, os argentinos e uruguaios retratados em diversas edições do videogame Fifa não autorizaram a disponibilização do nome e de suas características físicas e emocionais para a produtora americana.

Embora o jogo tenha sido comercializado em diferentes países, explica Mina, a decisão de acionar a Justiça de São Paulo se deve ao fato de a Electronic Arts possuir um representante legal domiciliado no Brasil, o que não acontece na Argentina e no Uruguai. Se os jogadores optassem por buscar a Justiça de seus países de origem, o caso sofreria atrasos porque a produtora teria de ser notificada no México, onde está a sede responsável pela América Latina.

O advogado dos jogadores declarou que o TJSP tem competência para tratar do caso porque, além de os jogos terem sido vendidos em território brasileiro, há previsões no Código de Processo Civil do Brasil, em acordos bilaterais e em um protocolo do Mercosul que dispensam provas de imóvel no país para argentinos e uruguaios acessarem a Justiça.

As ações localizadas pela coluna foram protocoladas no TJSP a partir de 2023. Desde 2021, contudo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a suspensão de todos os processos dessa natureza até o julgamento de um Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) referente a um caso semelhante. Existem mais de mil processos na Justiça brasileira contra produtoras de videogames que exploraram a imagem de jogadores de futebol.

O IRDR deve fundamentar a jurisprudência que será aplicada a todos os casos em andamento no Brasil. Não há data prevista para o julgamento ocorrer no STJ.

O advogado Joaquín Mina afirmou que possui diversas procurações de outros jogadores que atuam no exterior e que ingressará com novas ações no TJSP contra a Electronic Arts nos próximos meses. A coluna tentou ouvir a produtora sobre o caso, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto para eventuais manifestações.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comGuilherme Amado

Você quer ficar por dentro da coluna Guilherme Amado e receber notificações em tempo real?