Procuradoria da Câmara investigará Ratinho por injúria e difamação
Ratinho xingou, fez ataques machistas e pregou a morte da deputada Natália Bonavides; vídeo foi apagado, mas Câmara mantém cópia
atualizado
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A Procuradoria Parlamentar da Câmara investigará o apresentador Ratinho por supostos crimes de injúria e difamação, depois que ele pregou nesta quarta-feira (15/12) que a deputada Natália Bonavides, do PT do Rio Grande do Norte, fosse “eliminada” com uma metralhadora. Ratinho apagou o vídeo na tarde desta quinta-feira (16/12), mas a Câmara guardou a íntegra do material.
Durante o programa “Turma do Ratinho” na rádio Massa FM, Carlos Massa, o Ratinho, xingou a parlamentar, fez ataques machistas e insinuou sua morte.
“Natália, você não tem o que fazer, não? Você não tem o que fazer, minha filha? Vá lavar roupa a caixa do teu marido, a cueca dele, porque isso é uma imbecilidade querer mudar esse tipo de coisa. Tinha que eliminar esses loucos? Não dá para pegar uma metralhadora, não?”, disse Ratinho, enquanto seus colegas de estúdio debochavam da situação e endossavam as ofensas.
Pai do governador paranaense, Ratinho Jr, Ratinho distorceu informações sobre um projeto de lei apresentado pela deputada em 11 de novembro. A proposta, que desde então está parada na mesa de Arthur Lira, presidente da Câmara, busca atualizar o trecho do Código Civil que é lido em casamentos: em vez de “marido e mulher”, que ignora os casamentos homoafetivos, ficaria “declaro firmado o casamento”.
O casamento homoafetivo é reconhecido legalmente no país há uma década, mas esse trecho lido na celebração civil permanece o mesmo.
A Procuradoria Parlamentar da Câmara atua quando deputados têm sua honra atingida por causa do mandato. Se reunir indícios de que Ratinho cometeu os crimes de injúria e difamação, a Procuradoria pode acionar o Ministério Público para que o caso siga na Justiça.