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Procurador rebate ataques de Bolsonaro ao combate ao trabalho escravo

“Pronunciamento revela desconhecimento”, disse procurador do Trabalho; mais cedo, Jair Bolsonaro reclamou de operação do MPT

atualizado

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Presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa após o encontro com presidente do STF Luiz Fux 3
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa após o encontro com presidente do STF Luiz Fux 3 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O procurador do Trabalho Italvar Medina, vice-coordenador nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete) do Ministério Público do Trabalho (MPT), rebateu nesta terça-feira os ataques de Jair Bolsonaro ao combate ao trabalho escravo. Mais cedo, Bolsonaro relatou ter recebido reclamações de um fazendeiro multado pelo MPT no Ceará por trabalho escravo.

“Os exemplos dados no pronunciamento (de Jair Bolsonaro) revelam um desconhecimento do conceito de trabalho escravo. O pronunciamento não foi baseado nos relatórios de fiscalização, mas em informações enviesadas prestadas pelos criminosos flagrados nessa prática”, afirmou Medina.

“As equipes são bastante criteriosas na configuração do trabalho escravo, que acontece, segundo o Código Penal, em condições degradantes de trabalho, servidão por dívidas, trabalho forçado ou jornada exaustiva”, acrescentou o procurador, vice-coordenador do Conaete.

O integrante do MPT ressaltou que as forças-tarefas contra o trabalho escravo são integradas por agentes do MPT, MPF, PF, Defensoria Pública da União e Ministério do Trabalho.

Mais cedo, em um evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Bolsonaro atacou o MPT e o combate ao trabalho escravo. Sem dar detalhes, o presidente reclamou de uma operação do MPT no Ceará, e disse que conversou por telefone com o fazendeiro multado.

De acordo com Bolsonaro, os trabalhadores dessa fazenda não tinham dormitório, banheiro ou local adequado para comer.

“Multou por quê? Porque não tenho banheiro químico. Eu estou a 45 graus e obviamente não tenho banheiro químico. O cara vai deixar de colher a folha ali, andar 500 metros, fazer um xixi e voltar? Meteram a caneta no cara. Também uma mesinha feita de forma rústica, com madeira da região, para servir o almoço. Não estava adequada aquela mesa. Também a questão do dormitório, o pessoal dormia em uma barraca. Multa em cima dele”, disse Bolsonaro, relembrando a declaração do infrator:

“Chegou o MP do Trabalho e largou meia dúzia de multas em cima de mim”.

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