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Procurador do TCU reage a Moro: “Ninguém pode ficar acima da lei”

Subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado pediu indisponibilidade de bens de Sergio Moro; ex-juiz alega abuso de autoridade

atualizado

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O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), reagiu nesta segunda-feira (7/2) às críticas de Sergio Moro, que lhe acusou de abuso de autoridade. “Ninguém pode ficar acima da lei”, disse Furtado. Na semana passada, o representante do MP pediu ao TCU a indisponibilidade de bens do ex-juiz por suposta sonegação fiscal quando Moro trabalhou para a consultoria Alvarez & Marsal. Moro nega qualquer irregularidade.

“Se fazem tanto barulho é porque têm medo de que esteja no caminho certo. Ninguém pode ficar acima da lei”, declarou Furtado à coluna. E lembrou que durante seus estudos de doutorado e pós-doutorado no exterior, integrantes da Lava Jato foram criticados por por prender “indefinidamente” os investigados. Moro era o juiz à frente da operação.

“Sou doutor pela Universidade de Salamanca e pós-doutor pela Universidade de Coimbra. Todos os professores da banca criticaram os da Lava Jato porque prendiam indefinidamente para obter confissões ou novas delações. Até pouco tempo, torturava-se para obter exatamente o mesmo. Isso vale?”, acrescentou o subprocurador-geral do MP de Contas.

Na sexta-feira (4/2), quando Furtado havia pedido ao TCU a indisponibilidade de bens de Sergio Moro, o ex-juiz prometeu processar o procurador por abuso de autoridade e danos morais. “O cargo de procurador do TCU não pode ser utilizado para perseguições pessoais contra qualquer indivíduo”, declarou Moro, emendando: “Fica evidenciado o abuso de poder perpetrado por este procurador do TCU”.

A resposta veio também dos aliados do pré-candidato ao Planalto no Congresso. No sábado (5/2), os senadores do Podemos, capitaneados por Alvaro Dias, solicitaram que a PGR investigue o procurador por abuso de autoridade.

Alvo do TCU, Moro divulgou no mês passado ter recebido R$ 3,5 milhões da Alvarez & Marsal após cobranças da corte à empresa. Em seguida, Furtado pediu ao ministro Bruno Dantas, relator do caso, que arquivasse a apuração contra o ex-juiz e enviasse as informações do processo à Receita Federal. Mas depois voltou atrás e requisitou a indisponibilidade de bens de Moro, suspeitando que o pré-candidato pode ter sonegado impostos.

A Alvarez & Marsal, que contratou Moro por um ano entre 2020 e 2021, recebeu 78% de seus honorários de empresas que foram alvo da Lava Jato. Moro alega que atuou na área de disputas e investigações da Alvarez, um braço distinto da consultoria, com outro CNPJ e sem relação com o de recuperação judicial.

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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro
Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente
No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação
“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente
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Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sergio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça, em 2019

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

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Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro

Igo Estrela/Metrópoles
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Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente

Andre Borges/Esp. Metrópoles
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No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação

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“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente

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Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão

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Sergio Moro critica o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista ao Estadão

HUGO BARRETO/ Metrópoles
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Para o senador, Moro não representa um adversário forte por não integrar o cenário político e não possuir o "exército de seguidores" de Bolsonaro

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Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da República

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A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpas

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