Prioridade do Ibama é fiscalizar terras indígenas na Amazônia, diz novo presidente
Rodrigo Agostinho, anunciado presidente do Ibama, diz que está articulando o órgão para que ele volte a funcionar no combate a infrações
atualizado
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O presidente anunciado do Ibama, Rodrigo Agostinho, que será nomeado no fim do mês para o cargo, afirmou que a prioridade número um do órgão é se reestruturar para fazer operações de combate a infrações ambientais em terras indígenas na Amazônia.
Para isso, o órgão está contratando equipamentos e montando a estrutura necessária para a fiscalização. O Ibama tem feito já algumas incursões em campo na Amazônia para obter informações que levem a operações mais “assertivas”, segundo ele.
Uma das prioridades é combater o garimpo, cuja expansão desenfreada durante o governo Jair Bolsonaro levou à crise dos Yanomami, indígenas que têm convivido com mortes devido à desnutrição.
“O Ibama vai voltar com força total para atacar o desmatamento na Amazônia e a prioridade vão ser terras indígenas, unidades de conservação e terras públicas griladas. O Ibama está trabalhando no planejamento com olhar nos Yanomami.”
Agostinho disse que as tratativas com a Funai e a Polícia Federal estão bem adiantadas, mas que o setor de logística estava “completamente estrangulado”, o que faz com que seja necessário um tempo de reorganização. Por isso, ainda não há data para o início das operações.
“O Ibama está organizando as operações na Amazônia. Estamos numa fase de organizar toda a logística, porque precisamos de helicóptero, de base. Dentro do Ibama as coisas estavam bastante desarticuladas e estamos numa fase de planejamento para que as missões comecem logo”, disse à coluna.
“No caso dessas grandes terras indígenas essas operações demandam muita estrutura. O Ibama já renovou o convênio com a Guarda Nacional, isso já foi muito importante.”
Ele também destaca como passos importantes do governo Lula o novo decreto de multas, que deve fazer com que o Ibama volte a punir infratores, o que havia deixado de fazer durante o governo Bolsonaro, e a revogação da norma que permitia exploração de madeira em terras indígenas.