PRF fará primeira compra de câmeras corporais no início do ano
Iniciativa vem três anos após policiais sufocarem Genivaldo Santos até a morte dentro de viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF)
atualizado
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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prepara sua primeira licitação de câmeras corporais para o início do ano que vem. A iniciativa, inédita no governo federal, virá cerca de três anos após policiais da corporação sufocarem Genivaldo Santos até a morte dentro de uma viatura da PRF.
Em 2023, a PRF passou a usar 200 câmeras corporais que foram doadas pelos Estados Unidos. Desde então, o Ministério da Justiça recomendou o uso desses aparelhos e determinou que os estados precisam seguir essas diretrizes para acessar as verbas do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Nacional Penitenciário.
O uso de câmeras corporais por policiais, ligado diretamente à redução de abordagens violentas, teria grande potencial para evitar a morte de Genivaldo em 2022, em Umbaúba (SE), durante o governo Bolsonaro. Na época, a corporação mentiu ao alegar que Genivaldo havia resistido à abordagem policial agressivamente. O assassinato foi filmado por pessoas com celular.
Depois do crime dentro da viatura da PRF, o Ministério Público Federal recomendou que a corporação passasse a usar câmeras corporais. “O caso de violência que vitimou Genivaldo de Jesus não se tratou de caso isolado”, escreveu o procurador da República Paulo Matias.
No último dia 21, a Justiça Federal condenou a União a pagar R$ 1 milhão em indenizações por danos morais à família de Genivaldo Santos. O atual diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, pediu desculpas formais aos familiares de Genivaldo.
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