Presidente de tribunal militar fez exposição para homenagear ditador
O general Luís Carlos Gomes Mattos, que preside o STM, promoveu uma exposição em homenagem a Ernesto Geisel em 2017
atualizado
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A reação do presidente do Superior Tribunal Militar (STM), general Luís Carlos Gomes Mattos, aos áudios que comprovaram que a corte tinha conhecimento das torturas praticadas durante a ditadura militar não foi a primeira vez em que ele enalteceu a ditadura militar.
Em 2016, antes de presidir o STM mas já como ministro na corte, ele recebeu de Amália Geisel, filha do ditador militar Ernesto Geisel, o acervo pessoal do penúltimo presidente da ditadura militar.
O acervo iria para a Seção de Museu do STM, que logo em seguida, em março de 2017, inaugurou uma exposição sobre Geisel. A história é narrada no currículo de 19 páginas do general, disponível no site do tribunal.
Na primeira sessão da corte militar após a divulgação do conteúdo de sessões do STM de 1977 que falavam sobre casos de tortura, Mattos, num português todo particular, disse que a revelação “não estragou a Páscoa de ninguém”, classificou as gravações como “tendenciosas” e afirmou não ter nenhuma resposta para dar.