Presidente de estatal é investigado por assédio institucional
“Assina sua demissão ou vai sair daqui preso, algemado, vamos chamar a imprensa”, disse coronel, segundo funcionário
atualizado
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O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu nesta segunda-feira (25/10) um inquérito para apurar se o coronel Ricardo Mello, presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), empresa estatal federal, cometeu assédio institucional. Em entrevista à coluna em maio, o servidor público Fabio Carbonieri afirmou que o coronel ameaçou prendê-lo se não se demitisse.
A investigação é conduzida pela Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, em São Paulo. Nos próximos 15 dias, o Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos de São Paulo, que denunciou o caso ao MPT, terá de dar mais detalhes aos procuradores sobre este e outros episódios.
Em 31 de maio, a coluna mostrou que o servidor público Fabio Carbonieri acionou o Ministério Público do Trabalho contra o presidente da estatal, acusando-o de assédio institucional.
“Assina sua demissão ou vai sair daqui preso, algemado, vamos chamar a imprensa”, disse o coronel em 6 de maio, segundo o funcionário, que afirmou ter sido acusado de “roubo de energia elétrica” sem provas. A denúncia também foi levada à Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Com 23 anos de trabalho para a Ceagesp, Carbonieri contou que enfrentava dificuldades para lidar com o ocorrido: urinava na calça e tinha taquicardias quando ouvia falar na estatal.
O assédio institucional é o uso de ameaças, perseguições e constrangimentos a servidores no ambiente de trabalho. Até agora, o governo Bolsonaro foi alvo de 970 denúncias desse tipo, segundo a Associação dos Servidores do Ipea (Afipea) e a Articulação Nacional das Carreiras para o Desenvolvimento Sustentável (Arca).