Presidente da Liesa quer Bolsonaro na Sapucaí
Para não causar constrangimentos ao Planalto, o dirigente disse que a Liesa recomenda que as escolas de samba não sejam tão “agressivas”
atualizado
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Jorge Perlingeiro, o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), quer Jair Bolsonaro na Sapucaí no Carnaval de 2022. Para não causar constrangimentos ao Planalto, o dirigente disse que a Liesa recomenda que as escolas de samba não sejam tão “agressivas” com questões políticas.
Perlingeiro ainda não teve a chance de convidar Bolsonaro pessoalmente, mas deseja fazê-lo. O convite foi repassado ao secretário da Cultura, Mário Frias, na semana passada, em uma reunião sobre o Carnaval carioca.
Alvo de críticas dentro do mundo do Carnaval, Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o convite. Jorge Perlingeiro disse à coluna que “cada um pode ter sua opinião pessoal”, mas que, para ele, seria uma honra ter o presidente na Sapucaí.
O presidente da Liesa afirmou não se preocupar com a possibilidade de Bolsonaro ser duramente atacado em algum desfile na avenida, como foi o caso de Michel Temer com o “presidente-vampiro neoliberal” da Paraíso do Tuiuti em 2018. Perlingeiro desconversou: sustentou que Carnaval não é ato político.
“A Liesa recomenda que as escolas não sejam tão agressivas porque o intuito do carnaval não é crítica e nem ato político. A Liga não tem bandeira e nem ideologia, não é nosso intuito fazer críticas a quem quer que seja, direita, esquerda, nada”, argumentou Perlingeiro.
A aproximação do presidente da Liesa com o governo federal pode atrapalhar os planos de Gabriel David, o diretor de Marketing da Liga, de manter uma forte relação com a TV Globo. David, que não participou do encontro de Perlingeiro com Frias, disse que faz parte do seu trabalho conversar com setores diferentes da sociedade, mas que as relações da Liesa com o governo federal e com a Globo não são excludentes entre si.
“Essas conversas incluem a TV Globo, uma parceria histórica do Carnaval do Rio, agora com laços ainda mais estreitos com as escolas de samba. E, no caso da Liesa, as relações da instituição também abarcam a Secretaria Especial de Cultura do governo federal, como não poderia deixar de ser. É o maior espetáculo audiovisual do país. Ambas as esferas não são excludentes e, na verdade, complementam o tamanho que os desfiles devem e precisam ter no ano que vem, após o arrefecimento da pandemia. É sempre bom lembrar que a Liesa atua de maneira apartidária, num elo contínuo e necessário com o poder público, a imprensa e a sociedade”, disse o diretor de Marketing da Liga.