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Presidente da CPI quer punir redes sociais e autoridades por mentiras sobre Covid

“Houve muita negligência para tratar o caos que se tornou a pandemia”, diz Omar Aziz

atualizado

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1 de 1 senador omar aziz CPI da covid no senado federal 1 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz, defendeu nesta terça-feira (27/7) que a comissão puna plataformas de redes sociais e autoridades por propagarem mentiras sobre a Covid. “Tem de servir de exemplo”, disse Aziz em entrevista à coluna.

Cobrado pelo STF sobre o vazamento de um e-mail de Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde conhecida como “Capitã Cloroquina”, Aziz defendeu a publicidade do documento em que a funcionária sugeriu tratamentos ineficazes a Portugal: “É um crime muito sério que ela comete. Como a mulher que trabalha no Ministério da Saúde faz isso?”.

Às vésperas de retomar as sessões presenciais do colegiado, o parlamentar cobrou que Jair Bolsonaro desminta acusações contra o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, esquivou-se de responder sobre a independência de Augusto Aras para analisar os resultados da comissão e disse ser impossível prever se os senadores aprovarão André Mendonça ao Supremo.

Como avalia a comissão, que completa três meses?

Estamos num caminho que a população brasileira desconhecia. As pessoas não entendiam e passaram a perceber que houve muita negligência e omissão para tratar o caos que se tornou a pandemia. Chegamos a quase 550 mil mortes.

Quando a CPI encerrará os trabalhos?

É impossível ter previsão. Todo dia aparece um fato novo. Vamos tentar terminar o mais rápido possível.

As plataformas de redes sociais também serão alvo do colegiado? Na semana passada, o YouTube removeu 15 vídeos de Jair Bolsonaro por divulgarem informações falsas sobre a Covid. 

Depois de mais de 500 mil mortes eles derrubam? Só agora? Têm que ser responsabilizados também por deixarem propagar a mentira. Quem é responsável é quem publica o conteúdo, não só quem fala. Não só elas devem explicações. Muita gente replicou isso. É um trabalho difícil, mas possível.

O sr se refere a parlamentares e outras autoridades?

Sim. Tem gente que defendia cloroquina e está se vacinando agora.

Como redes e políticos seriam responsabilizados pela CPI? 

Temos que ver juridicamente como poderemos agir. Isso tem que servir de exemplo. Isso só aconteceu no Brasil. No Brasil, o que se usou as redes sociais para propagar medicamentos não comprovados cientificamente… Sem contar na difamação de pessoas.

Os integrantes do G7, grupo de sete senadores à frente da CPI, têm tido divergências. Isso não compromete o trabalho?

Até hoje não comprometeu. O grupo está unido. Tem pessoas que torcem por partidos, mas isso é normal, a divergência sempre existe em todo grupo. Aquilo é uma Casa política, não é um lugar onde todo mundo diz “sim senhor” e “não, senhor”. É uma Casa muito eclética, principalmente na CPI.

O ministro Ricardo Lewandowski cobrou que o sr explique vazamentos de um e-mail sigiloso de Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde conhecida como “Capitã Cloroquina”.  

Não tenho muito o que comentar sobre esses vazamentos. Até porque muita gente tem acesso a esse material. Mas aquela carta para Portugal não pode ficar em sigilo, não tem nada a ver com a CPI. É um crime muito sério que ela comete ali, oferecendo o tratamento para Portugal. Como a mulher que trabalha no Ministério da Saúde faz isso?

O documento possui interesse público, certo?

Se não for de interesse público, não sei mais o que é de interesse público. Aquilo prova que ela acreditava, não era aquilo que ela falou lá na CPI.

O que achou da falta de resposta de Bolsonaro a uma carta da CPI sobre acusações contra o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros? A comissão alegou que uma explicação do presidente tiraria um “peso terrível” dos ombros do deputado.

Acho que o presidente tinha a obrigação de dizer que não falou nada dessas questões sobre o Ricardo Barros. O deputado Luis Miranda disse que Bolsonaro disse coisas sobre o Barros que não eram boas. Ele nunca desmentiu o Miranda em nada. O presidente não respondeu a carta diretamente, mas tenta responder aos poucos. Primeiro disse que não tinha falado nada sobre a denúncia dos Miranda, depois disse que tinha mandado investigar… As contradições do Bolsonaro são muito grandes, né? Não sou eu que vejo isso, é o povo. Agora mesmo recebi um vídeo comparando o que ele falava sobre o centrão e o que ele fala agora. É brincadeira. É totalmente o oposto.

Na sabatina de recondução de Augusto Aras na PGR, os senadores questionarão a independência do procurador para responsabilizar o presidente após o relatório da CPI?

Falar agora qualquer coisa é muito prematuro. Cada passo é um passo.

André Mendonça será aprovado no Senado para obter uma cadeira no Supremo?

É mais fácil adivinhar o número da Mega Sena do que saber a cabeça de cada senador.

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metropoles.comGuilherme Amado

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