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Presidente da CPI: “123Milhas deu golpe de pirâmide financeira”

Em entrevista à coluna, presidente da CPI das Pirâmides Financeiras, Aureo Ribeiro, criticou manobras jurídicas dos donos da 123Milhas

atualizado

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1 de 1 123milhas - Foto: Reprodução

O presidente da CPI das Pirâmides Financeiras, Aureo Ribeiro, disse nesta segunda-feira (4/9) acreditar que a 123Milhas deu um golpe de pirâmide financeira ao cancelar a emissão de passagens no mês passado. Em entrevista à coluna, Ribeiro disse que precisou pedir à Justiça a condução coercitiva dos donos da companhia.

O esquema de pirâmide financeira é ilegal. Esse tipo de negócio, insustentável a longo prazo, geralmente promete lucros irreais e não detalha os riscos reais aos clientes, que levam golpes financeiros. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Ministério Público têm a função de investigar essa prática.

Na próxima quarta-feira (6/9), a comissão tentará ouvir pela terceira vez os donos da firma, os irmãos Ramiro e Augusto Julio Soares Madureira. A 123Milhas está em recuperação judicial e deixou os consumidores sem reembolso desde o último dia 18, quando anunciou o cancelamento da emissão de passagens promocionais, afetando viagens marcadas entre setembro e dezembro deste ano. Questionada sobre as declarações do presidente da CPI, a 123Milhas afirmou apenas: “Os empresários Ramiro e Augusto Soares Madureira estarão presentes na sessão de manhã da CPI”.

Eis os principais trechos da entrevista:

O que as investigações da CPI já apontam no caso 123Milhas? 

A gente acredita que aquilo ali é um golpe feito pela empresa. É o modelo de pirâmide financeira. Começou a trazer o recurso do esquema deles para comprar e pagar o furo que tinha. Mas chegou a um determinado momento que não deu. Isso explodiu. É o que temos visto acontecer direto com diversas empresas no Brasil. Tem alguma coisa errada nisso. Vamos aprofundar as investigações.

A pedido do senhor, a Justiça autorizou a condução coercitiva dos donos da 123Milhas caso eles faltem pela terceira vez à CPI. Era o único jeito de prestarem depoimento?

Foi a medida necessária pelo momento que estamos vivendo. Eles estavam se recusando a ir, a cada hora apresentam uma justificativa que não é legal. Eles não foram convidados, mas convocados a comparecer à Câmara. São obrigados a ir. O STF foi claro ao negar o pedido deles. Não tem mais para onde recorrer. Tudo o que pediram à Justiça, eles perderam.

Como avalia essa resistência dos donos da empresa em prestar depoimento na Câmara? A empresa já está em processo de recuperação judicial. 

Eles passaram uma mensagem muito ruim para a CPI e para a sociedade. Na quarta-feira (6/9), vai ser a primeira vez que os donos da empresa vão se pronunciar publicamente. Até agora só se manifestaram por meio de nota e sem muita clareza. É importante para a sociedade. Vamos ter os instrumentos necessários para aprofundar uma investigação na CPI, para esclarecer o que aconteceu. Temos todos os instrumentos necessários para descobrir como ela aplicou esse transtorno e não deixar a população continuar sendo lesada.

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