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Presidente da Alerj pediu afastamento de policial que o xingou

O presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, teve uma discussão com o policial Ricardo Herter; o agente foi punido com 50 dias de suspensão

atualizado

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Divulgação Alerj
Sergio Cabral rodrigo bacellar governador
1 de 1 Sergio Cabral rodrigo bacellar governador - Foto: Divulgação Alerj

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar, representou contra o policial civil Ricardo Rezende Herter, em novembro de 2022, pedindo o afastamento do agente por ter sido xingado por ele. A denúncia na corregedoria da Polícia Civil do estado, assinada pelo próprio Bacellar, que na época era secretário estadual de Governo, foi atendida e gerou punição de 50 dias para Herter por “displicência”.

Além da punição, Herter foi penalizado com mudança de área na Polícia Civil, um dia após a discussão com o presidente da Alerj. A representação de Bacellar, contudo, só foi apresentada 10 dias depois do xingamento.

Piloto da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, Herter foi transferido para uma área burocrática da corporação. A transferência, teoricamente, não poderia acontecer, uma vez que o agente é concursado como piloto policial. Questionada, a Polícia Civil não informou por que Herter foi transferido de área.

A discussão aconteceu no dia 20 de novembro de 2022, no heliponto da Diretoria-Geral de Operações Aéreas na Lagoa, bairro na zona sul do Rio de Janeiro. No documento obtido pela coluna, Bacellar conta que um táxi que buscava ele e sua mulher no local quase atropelou o policial, que, segundo o deputado, se exaltou e o mandou “tomar no cu [sic]”.

Bacellar, ainda segundo conta no documento, pediu para que Herter informasse seu nome, mas o policial se recusou e, segundo ele, tentou o intimidar. O deputado, então, foi à sala da Diretoria-Geral de Operações Aéreas, pediu a identificação do agente e foi embora, segundo ele.

A representação contra Herter conta com o depoimento de duas testemunhas de Bacellar: sua mulher, Manoela Rangel, e seu segurança, o policial militar Bruno Chalfun. Os relatos diferem entre si.

Chalfun conta que, após o táxi passar próximo de Herter, Bacellar pediu para o veículo parar e perguntou se tinha atingido o policial, que teria respondido: “O que houve o quê, porra? [sic] Não está me vendo, não?”. O deputado, então, segundo o PM, perguntou: “você me conhece?”.

Rangel alega em seu depoimento que o policial “ficou batendo nas costas e ombros” de Bacellar e que, ao ter seu nome indagado, teria respondido: “vamos ali na minha sala sozinho que te mostrarei quem sou”. A ameaça não consta nem no depoimento do deputado nem no de Chalfun.

No dia da discussão, Bacellar também pousou com um helicóptero particular em um local que pertence ao Estado, o que é proibido. O helicóptero pertence a Marcos Zoboli, dono de uma empresa que já foi investigada por lavagem de dinheiro e organização criminosa. O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu ação de improbidade, nesta terça-feira (27/6), contra o presidente da Alerj pelo uso da aeronave.

A coluna tentou contato com o presidente da Alerj, mas não teve resposta até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.

O policial Ricardo Herter não quis se pronunciar.

(Atualização às 18:00 do dia 30 de junho de 2023: Em nota à coluna, Rodrigo Bacellar disse que “não teve qualquer tipo de interferência no curso do processo. Todo o andamento seguiu o rito normal, tanto na corregedoria da Polícia Civil, como também na Justiça. Inclusive, as partes foram ouvidas e provas apresentadas. Tudo devidamente fundamentado. O que estão tentando é transformar o culpado em vítima”.)

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