Prefeitura pagou R$ 2,1 mi para empresa de amigo de assessor de Nunes
O amigo de um dos assessores mais próximos a Ricardo Nunes é sócio da empresa que prestou serviços para o Camarote da Cultura no Anhembi
atualizado
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A empresa TOP Entretenimento, que enfrenta contestações por supostas irregularidades ao patrocinar um camarote da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo no Carnaval, tem como sócio o amigo de um dos principais assessores do prefeito, Ricardo Nunes.
Fernando Daniel Plapler é um dos três donos da empresa, contratada por R$ 2,1 milhões para prestar serviços no espaço mantido pela Prefeitura nos ensaios técnicos das escolas de samba de São Paulo, em janeiro, no Anhembi. Imagens de 2023, postadas no Instagram da mulher de Plapler, mostram o empresário viajando pela Grécia com Diogo Batista Soares, assessor lotado no gabinete do prefeito e que trabalha como secretário-executivo da Secretaria do Governo Municipal.
A Prefeitura de São Paulo ressaltou, após a publicação da reportagem, que a TOP tem contrato com a gestão municipal desde 2011.
Soares é um dos auxiliares mais próximos a Nunes em agendas e compromisso oficiais. O perfil dele no Instagram é marcado em quase todas as publicações que a página oficial do prefeito posta na rede social.
Antes de a associação vir a público, a deputada Erika Hilton, do PSol de São Paulo, pediu para o Ministério Público de São Paulo (MPSP) investigar a contratação da TOP para patrocinar o camarote. A empresa ofereceu serviço de distribuição de bebidas alcoólicas, no modelo open bar, em um espaço que recebeu crianças e adolescentes de programas educacionais municipais.
O contrato com a TOP também previa a distribuição de 25 ingressos, com consumação, para cada um dos dias dos desfiles oficiais das escolas de samba de São Paulo. A representação de Erika Hilton apontou que o oferecimento de itens alheios ao objeto do contrato culminou na “contratação aparentemente fraudulenta, por improbidade administrativa”, do patrocínio.
Erika Hilton é a líder do PSol na Câmara dos Deputados e aliada de primeira ordem de Guilherme Boulos, o maior rival de Nunes na eleição de São Paulo.
Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura informou que a contratação seguiu todos os procedimentos exigidos por lei e que a TOP venceu um chamamento público realizado em 2023, o que lhe garantiu o contrato de exclusividade com a Prefeitura até este ano. “A exclusividade, portanto, impediu a contratação de outra empresa”, declarou a pasta.
A coluna questionou a TOP sobre o caso, mas não houve retorno. O espaço está aberto para eventuais manifestações.