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Prefeitura do Rio quer aumentar incentivos culturais na Zona Norte

Subprefeito da Zona Norte do Rio de Janeiro, Diego Vaz diz que resgatar o “orgulho suburbano” é sua missão na gestão

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A Zona Norte do Rio de Janeiro, região que abrange 85 bairros e as maiores favelas da cidade, é o principal foco da prefeitura para incentivos à cultura na cidade. O novo Plano Diretor do município também focará no desenvolvimento da região.

Madureira, o bairro famoso nacionalmente pelos versos de Arlindo Cruz, se tornou a primeira zona de cultura do programa lançado em 28 de agosto pela Secretaria Municipal de Cultura do Rio.

Segundo dados da Secretaria municipal de Cultura, Madureira captava apenas 0,5% dos recursos da lei municipal de incentivo à cultura. Bairros da Zona Sul do Rio, como Lagoa e Botafogo, e o Centro do Rio captavam juntos 60% de todo o investimento. 

“Do Jongo até o gueto, do hip hop ao cosplay, do charme ao samba. Não falta cultura nem artista. Madureira é a cara contemporânea do Rio. Um lugar que tem a Feira das Yabás tem que ser potencializado ao máximo”, defendeu o secretário de Cultura, Marcus Faustini. 

A Feira das Yabás é uma festividade da Zona Norte que comemora as tradições do subúrbio.

O programa “Zonas de Cultura” irá destinar a Madureira R$ 1,5 milhões neste ano e R$ 3 milhões em 2022. Contudo, o objetivo principal, segundo Vaz, não se restringe ao bairro. O programa quer desenvolver uma economia criativa que tenha impacto na Zona Norte toda e que, na visão dele, ajude na retomada do crescimento da região.

“Existe uma massa populacional em volta de Madureira que irá se beneficiar desses fomentos, porque além da cultura tradicional já existente, serão criadas oportunidades para novos movimentos. As pessoas não vão mais precisar sair daqui para tocarem seus projetos culturais”, pontuou o subprefeito.

Retomar o crescimento da Zona Norte não é um objetivo inédito. Em 2011, o último Plano Diretor do Rio de Janeiro também planejava fomentar investimentos tanto em bairros da região quanto da Zona Oeste, mas com foco em Santa Cruz e Bangu. O resultado foi o contrário: nos últimos dez anos houve uma grande evasão de investimentos e moradores na Zona Norte. E o bairro da Zona Oeste que mais cresceu foi Jacarepaguá.

Casa com arquitetura tradicional do subúrbio carioca à venda em Ramos

O Plano Diretor atual, que terá a minuta enviada para aprovação na Câmara dos Vereadores em breve, também prevê a criação de um Super-Centro e uma Zona Franca Urbanística na Avenida Brasil.

Valéria Hazam, gerente de macroplanejamento da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, acredita que o envolvimento de diversas secretarias do governo e a revisão de leis que dificultavam o investimento e aproveitamento de territórios na cidade é o que torna esse Plano Diretor mais viável de dar certo.

“Uma das frentes do Plano Diretor são as áreas de Especial Interesse Cultural, que é justamente reconhecer lugares que têm uma cultura popular, um dinamismo, e que possam trazer investimentos para a região. É o desenvolvimento da cultura vinculado à economia e ao território”, explicou Hazam.

Além disso, um dos pontos de atenção do Plano Diretor na Zona Norte são as favelas da região. É na Zona Norte que ficam as maiores comunidades da cidade, como os Complexos da Maré, do Alemão e do Jacarezinho. Além disso, segundo dados do Onde Tem Tiroteio, aplicativo que indica onde há confrontos na cidade do Rio, os bairros da Zona Norte são os que mais sofrem com tiroteios. 

O alto índice de violência foi um dos fatores que causou uma grande evasão de investimentos e moradores na Zona Norte. Vaz e Hazam pontuam que a frente de Especial Interesse Social do Plano Diretor é a aposta para solucionar o problema. “A gente não pode achar que as pessoas não têm um contexto de pertencimento às comunidades. Então não é questão de remoção, é melhorar a realidade nas favelas”, pontuou Vaz.

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metropoles.comGuilherme Amado

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