A família Bolsonaro já trabalha com a perspectiva de que Jair Bolsonaro deverá ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República após o segundo turno das eleições, conforme a coluna mostrou que o PGR Paulo Gonet pretende fazer. Na entrevista que deu esta semana ao Metrópoles, Flávio Bolsonaro admitiu que espera que o pai seja denunciado, mas fez um apelo a Deus. A menção não foi retórica.

Disse Flávio Bolsonaro:

“Eu tenho a expectativa de que vão haver realmente as denúncias contra ele, num julgamento que seria em parte de cartas marcadas no Supremo, em função do fator político, não pelo que tá dentro do processo. (…) Eu só pedia que Deus desse a ele (Paulo Gonet) sabedoria e coragem para não cometer injustiças. (…) Depois que senta na cadeira, não tem mais o que fazer, só resta a gente orar e pedir a Deus que ele siga não só a consciência dele, mas siga o que está nos autos, sem atuar como muitas vezes a esquerda criticou quem atua na Lava Jato”.

Em nenhum momento, os Bolsonaro citam Deus quando pedem, por exemplo, que Alexandre de Moraes aja de maneira diferente. Por que, logo nesse caso, o apelo divino?

Os Bolsonaro sabem que Paulo Gonet é um católico devoto, e esperam que a referência a Deus interfira na decisão do PGR de denunciar ou não Bolsonaro.

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