Por que a colaboração entre Moraes e a CPMI do 8/1 é improvável
Nem Alexandre de Moraes nem os parlamentares governistas querem que os bolsonaristas tenham acesso aos inquéritos que estão no STF
atualizado
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É improvável que Alexandre de Moraes libere para a CPMI do 8 de Janeiro informações sigilosas dos inquéritos que correm contra bolsonaristas no Supremo Tribunal Federal (STF).
Ninguém sabe o verdadeiro escopo dos investigados no inquérito das milícias digitais. Como todos os titulares e suplentes têm acesso aos documentos enviados à CPMI, informações compartilhadas por Moraes cairiam no colo de lideranças bolsonaristas, como Eduardo e Flávio.
Governistas deverão atuar para barrar requerimentos que pedem para o STF enviar as apurações sigilosas. Diversos bolsonaristas já pediram acesso aos inquéritos, entre eles a senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, e o deputado Delegado Ramagem, do PL do Rio de Janeiro.
Em março, a CPI do 8 de Janeiro da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) foi recebida no gabinete de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral. A reunião corria bem e Moraes havia sinalizado que compartilharia investigações para contribuir com a CPI.
O clima azedou quando a deputada bolsonarista Paula Belmonte tentou defender o acampamento golpista em frente ao QG do Exército. Moraes retrucou e a reunião mudou de tom. Deputados avaliam que o ministro teve receio de compartilhar dados sigilosos com parlamentares bolsonaristas, e sentiu que a CPI não tinha um planejamento claro para lidar com isso.