Por cálculo político, Centrão não fará reforma administrativa sem o PT
Lideranças do Centrão não estão dispostas a arcar com a impopularidade da reforma administrativa, que, hoje, é rejeitada pelo PT
atualizado
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Um dos expoentes do Centrão anda dizendo que a Câmara dos Deputados só iniciará a discussão da reforma administrativa quando o PT endossar a proposta publicamente. É a tese corrente no grupo político, apesar de Arthur Lira manifestar interesse em levar o projeto adiante.
Líderes do Centrão não vão arcar sozinhos com a impopularidade da reforma administrativa, sobretudo num ano com eleições municipais. Seria um erro, avaliam, deixar o partido do presidente da República monopolizar o discurso contrário às mudanças no serviço público.
Um dos exemplos mencionados lembra a oposição feita pelo PT durante a reforma trabalhista do governo de Michel Temer. Até hoje o partido usa o assunto para colher dividendos eleitorais com suas bases. Lula, inclusive, passou a última campanha afirmando que revogaria o texto da reforma.
As manifestações contrárias do PT à reforma administrativa são recorrentes. A última ocorreu no dia 31 de janeiro. Zeca Dirceu, que liderou a bancada do partido na Câmara em 2023, disse aos jornalistas Mateus Maia e Maria Laura Giuliani que o projeto não é visto como prioridade e garantiu que os deputados petistas farão oposição à proposta neste ano.