PGR cobra urgência do governo Lula em plano para indígenas isolados
Manifestação da PGR ao ministro Fachin, do STF, pediu “máxima brevidade” ao plano de proteção de territórios
atualizado
Compartilhar notícia
A Procuradoria-Geral da República manifestou ao Supremo Tribunal Federal que espera urgência do governo Lula quanto à apresentação de um plano de ação para proteção de territórios com indígenas isolados e de contato recente.
Em julgamento concluído em agosto, o STF ratificou uma decisão tomada pelo ministro Edson Fachin ainda durante o governo Jair Bolsonaro e determinou que o governo elabore o plano de proteção. O tempo estipulado pelos ministros na ocasião, já na segunda prorrogação de prazo, foi de 60 dias.
Conforme decidiu o Supremo, o plano deve incluir cronogramas para “vigilância, fiscalização e proteção”, planejamentos para a conclusão da demarcação de territórios com presença de indígenas isolados, como a Kawahiva do Rio Pardo, em Mato Grosso, e para a apresentação de relatórios sobre terras como a Tanaru, em Rondônia. Foi lá que morreu, em 2022, o último indígena isolado da etnia, conhecido como “Índio do Buraco”.
“Mesmo compreendendo que a consolidação de planejamento dessa magnitude demanda tempo, cautela e empenho dos órgãos envolvidos, é imperioso reforçar o pedido de apresentação do plano pela União, com a máxima brevidade”, escreveu a procuradora-geral da República interina, Elizeta Maria Ramos, a Fachin.
Na manifestação enviada à Corte na quarta-feira (13/12), a PGR citou informações colhidas pela 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal a respeito das terras indígenas Kawahiva do Rio Pardo, Tanaru e a Zo’é, no Pará.
Particularmente no território Kawahiva, anotou a PGR, tem persistido invasões e atuações de grileiros em torno da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt. Por isso, Elizeta solicitou que a Força Nacional permaneça na terra indígena por mais seis meses.
A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil (Apib), autora da ação no STF, também tem indicado no processo preocupações quanto às terras Zo’é e Tanaru. No caso da primeira, em razão da possibilidade de concessões para manejo na Floresta Estadual do Paru, no Pará, nas imediações do território indígena.
Em relação ao território Tanaru, a apreensão gira em torno da destinação a ser dada pela União ao território onde vivia o último indígena da etnia.