Anderson Torres: PF recua e arquiva investigação por apreensão de aves
Recuo da PF vem após Justiça suspender outra apuração interna da corporação contra Anderson Torres, pela atuação no 8 de Janeiro
atualizado
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A Polícia Federal (PF) recuou e pediu o arquivamento de um processo interno contra o delegado e ex-ministro da Justiça Anderson Torres relacionado à apreensão das aves de Torres. O documento foi assinado no último dia 24 e enviado à Corregedoria da PF. Em agosto, a PF havia indiciado Torres por ter gerado repercussão negativa à imagem da corporação após ter 55 pássaros apreendidos.
A reviravolta acontece duas semanas após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) suspender outro processo disciplinar da PF contra Torres, pela atuação do ex-ministro no 8 de Janeiro, quando ele era secretário de Segurança do DF. Na decisão, a juíza apontou que a PF violou o direito de defesa de Torres e o devido processo legal. A Polícia Federal investigava Torres por duas transgressões incompatíveis, o que contraria a Controladoria-Geral da União.
O delegado à frente das duas investigações é Clyton Eustáquio Xavier, demitido por Torres em 2021, quando Torres era ministro da Justiça do governo Bolsonaro. A demissão diminuiu em R$ 14 mil o salário de Xavier. A PF rejeitou pedidos da defesa de Anderson Torres para afastar o delegado do comando da apuração interna.
Em agosto, Torres foi indiciado pela PF com base em uma lei de 1965 por “praticar ato que importe em escândalo ou que concorra para comprometer a função policial”. Na Justiça, o processo de criação irregular de pássaros foi arquivado a pedido do Ministério Público Federal em maio deste ano.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fez duas operações na casa de Torres no começo do ano passado, quando ele estava preso por ordem do STF, sob suspeita de atuação no 8 de Janeiro.
Foram confiscados 55 pássaros na casa do ex-ministro. O agente do Ibama que apreendeu os animais fez ataques públicos a Bolsonaro na campanha de 2022. Ao menos 16 das 55 aves de Torres morreram sob a guarda do Ibama. Além das mortes dos animais, Torres pediu que a PF investigue o sumiço de sua ave mais cara.
Procurada, a PF não respondeu. O espaço segue aberto a eventuais manifestações.
Procurada, a defesa de Anderson Torres afirmou que não faz comentários fora dos autos.
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