PF quer apurar pagamentos de empresa para viagem de Wassef aos EUA
Advogado Caio Cesar Viera Rocha, filho de ex-presidente do STJ, pagou pelo menos R$ 27 mil para viagem de Frederick Wassef aos EUA, diz PF
atualizado
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A Polícia Federal (PF) defendeu abrir uma nova frente de investigação para apurar os pagamentos de uma empresa de serviços financeiros de R$ 10,6 mil em despesas da viagem em que o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef recomprou nos Estados Unidos um relógio Rolex que havia sido presenteado ao governo brasileiro.
Segundo a PF, o comprovante de pagamento da empresa foi enviado a Wassef pelo advogado Caio Cesar Vieira Rocha, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que também pagou R$ 27 mil da viagem em março do ano passado. Naquela época, Wassef corria para recomprar um relógio Rolex que havia sido vendido irregularmente por assessores de Bolsonaro. Segundo registros da Ordem dos Advogados do Brasil, Rocha e Wassef não são sócios.
Em 4 de abril do ano passado, Wassef encaminhou a Rocha os dados bancários da agência de turismo que organizava sua viagem aos EUA, além do valor de R$ 10,6 mil. Em seguida, Rocha enviou a Wassef o comprovante de pagamento da quantia feito por uma empresa de serviços financeiros. Os investigadores consideraram que a transação precisa ser detalhada em uma apuração em separado.
Quando Wassef estava nos Estados Unidos, em 17 de março, ainda fez outro pedido de pagamento para Caio Cesar Vieira Rocha: R$ 10 mil. “Faz um pix de 10.000 aí pra mim. Depois eu devolvo”, disse Wassef, ao que Rocha respondeu: “Faço!”. O pagamento, referente a remarcações das passagens de volta ao Brasil, teria sido feito para o Pix da namorada de Wassef.
A PF indiciou Bolsonaro, Wassef e mais dez no inquérito das joias. Wassef foi indiciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Agora, a Procuradoria-Geral da República decidirá se vai denunciar os investigados ao STF.