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PF desmente depoimento de Wassef no inquérito das joias

Advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef viajou às pressas aos EUA para recomprar Rolex, aponta PF na investigação das joias sauditas

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Igo Estrela/Metrópoles
Foto colorida do presidente da República, Jair Bolsonaro, e o advogado Frederick Wassef durante coletiva sobre combustíveis no palácio do planalto -- Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do presidente da República, Jair Bolsonaro, e o advogado Frederick Wassef durante coletiva sobre combustíveis no palácio do planalto -- Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A Polícia Federal (PF) desmentiu o depoimento do advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef, e afirmou que Wassef viajou às pressas aos Estados Unidos para recomprar um relógio Rolex que havia sido dado pelo governo saudita ao governo brasileiro. Em depoimento à PF, Wassef havia dito que a viagem era de turismo e já estava programada. Documentos da investigação tiveram o sigilo derrubado nesta segunda-feira (8/7).

Em março do ano passado, o entorno de Jair Bolsonaro estava aflito com a iminência de uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que ordenaria a devolução dos presentes à União, segundo a investigação. Joias e relógios de luxo haviam sido presenteados ao governo brasileiro pelo governo saudita durante uma viagem oficial do então presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, a PF indiciou Bolsonaro, Wassef e mais dez pelo desvio de joias do acervo presidencial.

Mensagens do celular de Wassef mostram que ele estava apressado para viajar aos Estados Unidos. Às 22h30 de 9 de março de 2023, o advogado cobrou uma agente de viagens, que lhe encaminhou uma cotação de passagens para dali a dois dias. O preço da viagem de ida e volta entre Campinas e Flórida foi cotado em R$ 25 mil para Wassef e a namorada, ou cerca de R$ 12,5 mil por pessoa. “Só não pode ter furo. É urgente a situação”, escreveu Wassef.

Em agosto do ano passado, contudo, Wassef deu uma versão diferente para a Polícia Federal ao admitir a compra do relógio com dinheiro vivo. O advogado alegou que a viagem em questão para os Estados Unidos já estava agendada e seria de turismo: “ia reencontrar amigos, visitar parques”.
Ainda segundo o depoimento à PF, Wassef recebeu ligações de Fabio Wajngarten, outro auxiliar de Bolsonaro, pedindo um “favor pessoal”: que ele recomprasse o relógio Rolex que havia sido vendido irregularmente.

A PF afirmou que os fatos enfraquecem a versão de Frederick Wassef, e apontou que, quando Wassef comprou a viagem às pressas, o entorno de Bolsonaro já fazia uma “intensa movimentação, com trocas de mensagens e ligações diárias, para planejar e executar a operação clandestina de recompra e recuperação das joias que compunham o kit ouro branco e ouro rose”.

Procurado, Wassef não respondeu. O espaço está aberto a eventuais manifestações.

(Atualização às 20h10 de 8 de julho de 2024: Em nota, o advogado Frederick Wassef afirmou: “Estive nos Estados Unidos a passeio e a negócios. Fiquei no país por quase um mês, onde me reuni com diferentes clientes, entre eles, Jair Bolsonaro. No período, também visitei locais turísticos em Nova York, Orlando e Miami, como mostram fotos e vídeos registrados por mim e que estão em posse da Polícia Federal. Sobre as videochamadas que a PF alega ter em meu celular com Jair Bolsonaro, é normal, visto que sou advogado dele e sempre falamos com frequência. Estão distorcendo as informações e tirando do contexto para me prejudicar”.)

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