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Peru: Toffoli anula provas da Odebrecht contra aliados de Keiko e PPK

Toffoli atendeu a pedidos das defesas de Jaime Yoshiyama e Susana de la Puente, aliados de dois grupos políticos peruanos

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Rosinei Coutinho/SCO/STF
O ministro do STF Dias Toffoli
1 de 1 O ministro do STF Dias Toffoli - Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

As anulações de provas da Odebrecht pelo ministro Dias Toffoli, do STF, seguem ampliando a lista de beneficiários fora do Brasil. Na semana passada, Toffoli anulou provas dos sistemas de contabilidade paralela da empreiteira contra dois peruanos: Jaime Yoshiyama, próximo do clã Fujimori, e Susana de la Puente, empresária aliada do ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski, conhecido como PPK.

As decisões de Toffoli que beneficiaram Yoshiyama e Susana foram assinadas na última quinta-feira (21/3). No caso da aliada de PPK, o despacho está em segredo de Justiça e a coluna teve acesso à decisão.

O ministro declarou a nulidade, quanto a ambos, das provas do acordo de leniência da Odebrecht, entre os quais os sistemas Drousys e MyWebDay B, usados para contabilizar pagamentos ilícitos a políticos e autoridades. A medida foi tomada por Toffoli a partir de uma decisão sua anterior, que beneficiou o ex-presidente do Peru Ollanta Humala.

Os relatos de delatores premiados da empreiteira, como seu ex-diretor no Peru, Jorge Barata, estão lastreados, sobretudo, no material destes sistemas. Assim, por considerar as provas nulas, Dias Toffoli também atendeu aos pedidos das defesas e proibiu que testemunhas ligadas à Odebrecht prestem depoimentos nos processos contra Jaime Yoshiyama e Susana de la Puente.

Chefe da campanha de Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, à presidência do país em 2011, Yoshiyama responde a uma ação penal no Peru acusado do crime de lavagem de dinheiro. O caso tramita no Cuarto Juzgado de Investigación Preparatoria Nacional Permanente Especializado en Crimen Organizado.

Ele é suspeito de ter intermediado o pagamento de US$ 1 milhão da Odebrecht à campanha de Keiko entre novembro de 2010 e junho de 2011, em duas parcelas de US$ 500 mil. O dinheiro teria sido enviado ao peruano por meio do “departamento de propinas” da empreiteira, setor na empresa responsável por pagamentos ilícitos a políticos e autoridades.

Susana de la Puente responde a uma ação penal no Peru acusada de supostamente ter intermediado valores à campanha de PPK, em 2011. Segundo Jorge Barata, Susana recebeu e repassou ao caixa de campanha ilicitamente US$ 300 mil. Quando PPK foi eleito presidente, em 2016, Susana de la Puente se tornou embaixadora do Peru no Reino Unido.

As decisões de Toffoli sobre o fujimorista e a aliada de PPK se somam a outras em que o ministro atendeu a políticos e empresários estrangeiros atingidos pelas delações da Odebrecht.

Além de Ollanta Humala, tiveram as provas da empreiteira declaradas nulas contra si nomes como o ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli; o ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas; Carlos Pólit, ex-controlador-geral do Equador; os empresários panamenhos Riccardo Francolini Arosemena e Juan Antonio Niño Pulgar.

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metropoles.comGuilherme Amado

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