Pedido de conselheira do Cade é mau sinal para Petrobras
A conselheira Lenisa Prado indicou ser contra a venda da Gaspetro para a Compass, o que pode inviabilizar a operação
atualizado
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O pedido de reavaliação da autorização dada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a compra da Gaspetro pela Compass, feito pela conselheira Lenisa Prado nesta semana, traz um mau sinal para a estatal.
Prado deu indícios de que é contra o negócio, o que pode inviabilizar a venda, tendo em vista a atual composição do Cade, que pode já ter outros conselheiros contrários.
O principal argumento a favor da venda é que ela é necessária devido ao acordo que a Petrobras fez com o Cade para a venda da Gaspetro, para diminuir a concentração do setor.
Lenisa se colocou contra essa visão. “No meu entendimento, a alienação apenas retira o atual monopolista de diversos elos da cadeia, a Petrobras, e potencialmente transfere uma posição quase equivalente a um novo player — a Compass e o Grupo Cosan —, não cumprindo com os objetivos almejados no TCC [o acordo], de justamente desverticalizar o setor”, pontuou.
Hoje, o plenário do Cade tem cinco conselheiros, já que duas vagas ainda estão em aberto. Votos recentes dos cinco evidenciam que o presidente, Alexandre Cordeiro, e o conselheiro Luiz Augusto Hoffman aprovariam a venda da Gaspetro, enquanto os conselheiros Luis Braido e Sérgio Ravagnani votariam contra a operação.
A decisão ficaria, então, com Lenisa Prado, que já sinalizou como enxerga o assunto.