PEC que veta militar da ativa em cargo político busca 80 assinaturas
Proposta ganhou força depois que Exército livrou Pazuello de punição por ato político com Bolsonaro
atualizado
Compartilhar notícia
Faltam cerca de 80 assinaturas de deputados para que a deputada Perpétua Almeida, do PCdoB do Acre, apresente uma proposta para impedir que militares da ativa ocupem cargos no governo. O texto ganhou tração após a decisão do Exército, nesta quinta-feira, de livrar Eduardo Pazuello de punição por participar de um ato político com Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira.
Almeida já obteve o apoio de aproximadamente 90 dos 171 colegas para apresentar sua proposta de emenda à Constituição. O texto recebeu o apoio de Rodrigo Maia.
Segundo o projeto, que só será protocolado e tramitará quando conseguir as assinaturas necessárias, militares com mais de dez anos de caserna — com as maiores patentes — iriam para a reserva automaticamente ao tomar posse no governo. Fardados com menos de dez anos de atividade seriam afastados.
“A presença de militares da ativa, servindo a governos e participando da luta política partidária, pode contaminar a tropa com a politização e a partidarização do seu corpo, fenômeno nefasto para a democracia”, escreveu a parlamentar.
Atualmente, a passagem automática de militares para a reserva acontece somente quando são eleitos para cargos públicos. Mas os integrantes das Forças Armadas podem ocupar funções de confiança livremente, permanecendo na ativa. É o caso de Eduardo Pazuello, até hoje, e Luiz Eduardo Ramos, que de 2019 a 2020 foi ministro palaciano de Bolsonaro e general da ativa.